As obras da Quinta do Paço da Serrana, na freguesia de Oliveira do Douro, um dos maiores investimentos do Município de Cinfães, começaram no final deste mês de setembro, anunciou fonte da autarquia. O investimento global ultrapassa os dois milhões de euros e, garante a fonte autárquica, "vai transformar a quinta onde viveu o explorador cinfanense Serpa Pinto num espaço que será um dos ex-libris da região."
Por Mário Beja Santos ||| A saúde ocular tem vindo a ser desafiada, desde a era digital, pela intensidade de atividades diárias que tinham peso relativo ou diminuto no passado: já víamos televisão, já conduzíamos de noite, mas não líamos com regularidade um livro no ecrã nem tínhamos a intensidade do teletrabalho. Isto para dizer que a doença do olho seco tem que ser encarada com o melhor respeito, está a crescer devido a razões multifatoriais: a mudança climática, o envelhecimento, a multiplicidade de ecrãs. Recorde-se que os olhos se hidratam naturalmente quando se pestaneja e o uso dos ecrãs fixa o olhar, o que contribui para que as pessoas pestanejem menos ou que façam um pestanejo incompleto ou aumentando a abertura palpebral, tudo conjugado temos a secura ocular, o mesmo é dizer a diminuição da qualidade de visão.
Os sintomas mais frequentes são a sensação de corpo estranho ou “areia nos olhos”, ardor, irritação, lacrimejo acentuado, sensibilidade acrescida à luz solar, visão enevoada com sensação de corpos flutuantes e até mesmo intolerância às lentes de contato. É bastante comum verificar-se um agravamento dos sintomas ao fim do dia. Convém ter em conta que certas doenças e afeções podem estar associadas a manifestações de olho seco – é o caso da inflamação das pálpebras, da rosácea, do lúpus, da artrite reumatoide, da diabetes, de perturbações da tiroide, da deficiência da Vitamina A, entre outras. ➲ Medida deverá abranger mais de 350 famílias
"A Estratégia Local de Habitação de Cinfães prevê um investimento de aproximadamente 28 milhões de euros nos próximos 4 anos e visa resolver os problemas habitacionais de várias famílias cinfanenses. O objetivo é promover o acesso a uma habitação adequada às pessoas que vivem em condições de maior precariedade e que não dispõem de capacidade financeira. Na Estratégia Local de Habitação de Cinfães está previsto integrar em habitação social 78 famílias, no regime de arrendamento acessível 97 famílias e na reabilitação 177 famílias. O documento foi aprovada na Assembleia Municipal de Cinfães e é o culminar de alguns meses de trabalho, com a colaboração da Rede Social do Município e das Juntas de Freguesia, das IPSS’s e das famílias Cinfanenses. Uma vez concluído este processo, as situações identificadas na Estratégia Local de Habitação vão agora ser candidatadas ao 1.º Direito – Programa de Apoio ao Acesso à Habitação, projeto gerido pelo Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, I.P." #habitação #cinfães #1direito [info] Município de Cinfães [imagem] IHRU Por Mário Beja Santos ||| Este livro é um tesouro, tem joias de diferente quilate, para banquetes de festa ou pratos quotidianos, mergulha na antropologia, dá-nos conta de um trabalho entusiástico de recolha e análise daquilo que é verdadeiramente nosso, pilares de uma gastronomia e gastrofilia com certificado de origem, impossível gostar das coisas da mesa e não conhecer o seu conteúdo: A Vida Secreta da Cozinha Portuguesa, por Guida Cândido, Publicações Dom Quixote, 2020. Logo a síntese que a autora nos dá sobre livros de cozinha, matrizes para tudo quanto é peixe do mar e de rio, vem do açougue, da capoeira e da caça, que se colhe na horta ou é espoado, as muitas doçarias. Boias de sinalização para tudo quanto se chama pescado há desde as ameijoas a bulhão pato, caldeiradas e escabeches, sardinhas assadas, pataniscas e pasteis ou bolinhos de bacalhau, mas também enguias, lampreias e sável. No capítulo das carnes temos alcatras assados, cozidos, ensopados, iscas e tripas, alheiras, leitão, papas de sarrabulho e rojões, mas há lugar para cabidelas, canjas, arroz de pato, o capão e o coelho à caçador. Guida Cândido não se limita ao receituário, lembra quem escreveu sobre esta ou aquela iguaria, por exemplo falando do cozido à portuguesa, refere um texto de Ramalho Ortigão nas Farpas que narra um jantar, por ocasião do aniversário do rei D. Luís, em 1872, em que se havia jantado o cozido. Chasqueando sobre os entusiasmos da iguaria, escreve que os portugueses “rejeitam as ostras, querem o seu velho cozido pomposo e banal, grave e inepto, sem sabor e despótico, feito de carne do acém, com a capinha de gordura por cima, o chouriço, estando a um lado como um pajem severo e gordo, ao outro lado o toucinho oleoso e mole, bulindo e transpirando como um pregador varatojano; e em volta da travessa os frutos da terra – mais vis e mais desprezados que o boi – as batatas e as cenouras, prostradas a uma distância respeitosa. Amam o cozido, porque ele lhes dá uma lembrança saudosa, uma imagem simbólica da velha Corte, da velha política, do velho regime em que foram criados e em que viveram com o valor e com a honra”.
“De Volta à Praça” regressa no próximo fim de semana, 11 e 12 de setembro, em Marco de Canaveses.
Serão dois dias de animação para pequenos e graúdos, com espetáculos de circo, teatro e dança e oficina de circo e marionetas para toda a família, tudo com entrada gratuita. A Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa é um dos parceiros do projeto “De Volta à Praça”, liderado pelo Coliseu do Porto, em parceria com o Teatro Nacional São João. #marcodecanaveses #cimtamegaesousa Por Mário Beja Santos ||| O que há de mais eletrizante no romance Angoche, Os fantasmas do Império, de Carlos Vale Ferraz, Porto Editora, 2021, é o aproveitamento de um enigma aparentemente irresolúvel para viajarmos aos derradeiros anos da vida imperial portuguesa. Um navio mercante partiu de Nacala em 23 de abril de 1971, com destino a Porto Amélia (hoje, Pemba). Ia com 24 almas e um importante carregamento de material de guerra. No dia seguinte, um petroleiro encontra o Angoche à deriva, incendiado e sem ninguém a bordo, parecia mais uma dessas histórias de navios-fantasmas. Abre-se inquérito, especula-se quanto ao facto de ter havido duas explosões, atribuiu-se tudo ao terrorismo. Depois do 25 de Abril, os relatórios da PIDE/DGS. O romance do autor da obra-prima Nó Cego questiona a moralidade e o egoísmo, mas o que ficará desta digressão e inquirição, onde se aparenta um trabalho de escrita de crime e mistério, muita conversa do autor com o tio de Dionísio na Ericeira, é irmos às entranhas da guerra em Moçambique, forjam-se amizades entre os homens da Marinha, o capitão-tenente Dionísio era então oficial de informações e as nótulas históricas que o autor introduz como de primordial importância, não exatamente para apurar o desempenho de temíveis serviços secretos sul-africanos que se teriam servido do Angoche para mandar um sério aviso – Moçambique não poderia ser independente. Dentro do círculo em que se move Dionísio há uma ou outra figura que recebe destaque, Saúl, sabia muito de missa sobre o Angoche, entram no terreno literário os homens do BOSS, os Serviços de Informação e Segurança da África do Sul. Era logo evidente na primeira fase de inquérito a contradição das mensagens, houvera manipulação ou distorção para que a mentira falasse mais forte.
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