Por Mário Beja Santos ||| A questão do envelhecimento tornou-se tópico dominante das políticas multidisciplinares, envelhecer repercute-se na Saúde e na Segurança Social, na cultura e nos tempos livres, nas medidas de política económica e financeira, é um nunca mais acabar de problemáticas envolvidas, tendo sempre por alvo os benefícios que uma visão integrada do envelhecimento possam oferecer em termos de desenvolvimento humano. Inevitavelmente, tudo recai no mercado, porque estamos a falar de tempos livres, cuidados na alimentação, culto da forma, cuidados de Saúde, ser menos dependente na arte de envelhecer, ser doente crónico dotado de literacia e autonomia, poder beneficiar do apoio de um cuidador informal, saber fazer um bom uso dos medicamentos e dos serviços de saúde, dispor de uma casa segura onde haja objetos inteligentes adaptados às limitações dos seniores; e enfim, a sociedade no seu todo só tem vantagens em que este envelhecimento seja bem-sucedido mediante uma solidariedade entre gerações.
Por Mário Beja Santos ||| Há publicações muito bem elaboradas por associações de doentes, destaco o boletim da Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas, um modelo de Literacia em Saúde. No seu número mais recente, uma pediatra, Patrícia Costa Reis, fala da importância das vacinas em pessoas com doenças reumáticas e escreve:
“As pessoas com doenças reumáticas inflamatórias, como o lúpus, a artrite reumatoide, a artrite psoriática ou a espondilite anquilosante, têm uma desregulação do seu sistema imunitário, o que as torna mais suscetíveis a infeções. Para além disso, são tratadas com medicamentos imunossupressores, que diminuem as defesas contra as infeções, como é o caso dos corticoides ou os fármacos biológicos. Estes doentes têm, assim, um maior risco de infeções graves. A vacinação é da maior importância. Contudo, existe uma baixa cobertura vacinal nestes doentes. Num estudo internacional, constatou-se que apenas 25% dos doentes com artrite reumatoide tinham recebido a vacina da gripe há menos de um ano e apenas 17% tinham sido vacinados com a vacina antipneumocócica nos últimos cinco anos (…) Cada vez se sabe mais sobre a segurança e a eficácia dos vários tipos de vacina em doentes reumáticos imunodeprimidos. Na maioria dos doentes ocorre uma resposta adequada às vacinas. Algumas recomendações práticas sobre este tema para adultos e crianças com doenças reumáticas inflamatórias: é desejável que o estado de vacinação seja avaliado pelo seu médico antes do início da terapêutica imunossupressora; caso a estabilidade da doença o permita, a vacinação deve ser efetuada antes do início da terapêutica imunossupressora. Para saber mais, contacte a Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas através do mail [email protected]. Por Mário Beja Santos ||| É do senso-comum tirar partido da boa utilização dos medicamentos, interessar-se por Literacia em Saúde, praticar automedicação responsável, com concordância do médico e indicação farmacêutica, tem imensas vantagens. Quem respeita a posologia recomendada, a duração da terapêutica, terá maiores probabilidades da eficácia do tratamento, evitar os tormentos de uma espera na lista de médico de saúde ou a uma ida à urgência do hospital, espaço permanentemente sobrecarregado com a pandemia, enfim, a adesão à terapêutica, em última análise, irá evitar o congestionamento dos hospitais e dará ao doente uma vida com mais qualidade.
Aponta-se como causa mais frequente de não-adesão à terapêutica, mais do que o esquecimento da hora da toma do medicamento, a falta de informação suficiente para compreender a forma como o tratamento deve ser feito e a importância de a ele aderir de alma e coração. Esta não-adesão pode ainda dever-se a receios ou ideias incorretas sobre os medicamentos que, entre outras consequências, podem levar a que os doentes acreditem que as doses são muito elevadas, ou, em sinal oposto, achem se tomarem maior quantidade de medicamentos vão ter uma resposta mais rápida ao tratamento. Por Mário Beja Santos ||| Quando se iniciou o verão, recordou-se que as temperaturas elevadas podem descompensar as doenças crónicas, impõe-se sempre a prudência. Estes alertas incidem particularmente não só em quem viaja mas para quem vai para curtos períodos de férias: nunca interromper o tratamento sem indicação médica (recomendação que é válida para todo o ano), compete sempre ao médico proceder a adaptações do tratamento; levar a quantidade de medicamentos suficiente, juntar-lhe mais alguns dias, sempre a pensar em eventuais percalços no regresso (recorde-se do inusitado de ficar num aeroporto dias a fio); quando viajar de avião, colocar os medicamentos na bagagem de mão e levar uma declaração médica que descreva a necessidade de transportar medicamentos, lembre-se do controlo de segurança nos aeroportos, com o rigor dos líquidos e tamanho das embalagens. Como ainda há muitos seniores em férias, retoma-se o tema.
Falando de doenças crónicas, recorde-se os cuidados a ter em quem é cardíaco, diabético ou sofre de doença respiratória. O cardíaco deve estar atento aos sinais de alerta ou descompensação da doença, deve conhecer os sintomas que podem indicar a suspeita de AVC ou enfarte do miocárdio. No caso do AVC, desvio da face/boca de lado; falta de força e/ou dormência num braço ou perna; dificuldade em falar/sorrir; também pode ocorrer dor de cabeça, alteração da visão e da memória. No caso de enfarte, são estes os sinais: dor apertada no peito com uma sensação de esmagamento, e que não se acalma mesmo quando a vítima se põe em repouso; irradiação da dor para o braço, pescoço, mandíbula ou costas; dificuldade em respirar; pele pálida, pegajosa ou suada; desconforto abdominal, náuseas e vómitos. Obviamente que o cardíaco deverá evitar esforços físicos nas horas mais quentes do dia. Por Mário Beja Santos ||| Para quem já não se recorda, a gripe é uma doença respiratória causada por um vírus, de nome Influenza, que tem como caraterística especial o facto de estar em permanente alteração, isto dificulta a existência de uma única vacina em todo o mundo, é obrigatório a preparação de uma vacina específica todos os anos, e com essa alteração permanente do vírus, as pessoas não adquirem imunidade, como tantas vezes sucede com outras doenças.
Doença com uma versatilidade de consequências: já não falando de pandemias devastadoras (que já as houve e não estamos livres que se venham a repetir) é umas principais causas de absentismo, pode gerar inúmeras complicações, tendo à cabeça as pneumonias, as otites, as sinusites e as bronquites. Em resumo, quanto maior for o número de pessoas vacinadas, melhor será a cobertura populacional. E nunca devemos descurar as populações de risco, caso dos doentes cardíacos, os que sofrem de afeções respiratórias e bronco-pulmonares, os diabéticos e mesmo os imunodepressivos (caso dos doentes com SIDA, com cancro, com leucemias, os transplantados,…); são ainda muito suscetíveis as pessoas com idade superior a 65 anos, os profissionais de saúde, os residentes em lares e instituições congéneres e crianças até um ano de idade. Importa não esquecer os fumadores e as pessoas com bronquite crónica, a vacina anual é para eles de toda a conveniência. |
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