Por Mário Beja Santos ||| O sistema digestivo é bastante propício a perturbações (caso das infeções, inflamações, distúrbios digestivos e até do trânsito intestinal, mas há outras) sendo numerosas as situações de queixa que levam os doentes a ir à farmácia. Tudo até pode começar com casos de higiene oral, incluindo as doenças ligeiras da boca, mas o que ora importa são problemas gástricos (caso da azia, náuseas, vómitos e enjoo) e até males ligeiros dos intestinos, situações essas que podem ser tratadas com medicamentos não prescritos pelo médico. As queixas digestivas, quando moderadas e ocasionais, podem ser aliviadas com a toma de antiácidos que, ao diminuírem a acidez do estômago podem abrandar os sintomas de azia ou ardor a nível do estômago ou do esófago, havendo, no entanto, que estar informado para a escolha do antiácido mais adequado e para o facto de os antiácidos poderem interferir com outros medicamentos. Sendo inquestionável que todo o medicamento requer uma dispensa personalizada, e deixando de parte assuntos como a higiene bocal ou a toma de laxantes, importa recordar que o farmacêutico é um técnico do medicamento que está preparado para intervir nos males ligeiros e quando necessário recomendar a ida urgente ao médico.
As queixas digestivas, particularmente do estômago, são ocasionais e muitas vezes associadas a excessos alimentares, nestes casos recomenda-se a indicação farmacêutica. Estes males digestivos são de diferente natureza, manifestam-se por dores, náuseas, vómitos, azia, arrotos e digestões difíceis. Falando da azia, as situações mais ligeiras podem ser aliviadas com a toma de antiácidos, diminuem a acidez do estômago e a sensação de ardor bem como a agressividade sobre o esófago. Os antiácidos também podem trazer alívio na gastrite (uma inflamação do estômago) e na úlcera gástrica, neste caso é imprescindível o diagnóstico médico. Visto que os antiácidos podem ser adquiridos sem receita médica, para alívio destes males-estares ocasionais, convém conhecê-los um pouco melhor, pois não há antiácidos inofensivos. Ao conversar com o seu farmacêutico ficará a saber que: o efeito de um antiácido é, regra geral, mais prolongado se for tomado uma a duas horas após uma refeição; os antiácidos têm composições diferentes, efeitos secundários e contraindicações específicas; os antiácidos podem interferir com outros tratamentos, podendo diminuir o efeito da terapêutica que o doente está a fazer (um exemplo desta situação é o que pode ocorrer com alguns antibióticos, que em associação com antiácidos pode ter a sua ação diminuída, mantendo-se a infeção) – por este motivo recomenda-se que a toma de antiácidos ocorra duas horas antes ou uma hora depois da toma de outros medicamentos; e que a toma destes antiácidos requer moderação, o seu abuso pode agravar o que se chama o mal-estar ocasional. É hoje bastante amplo o leque de situações em que o aconselhamento farmacêutico está ao serviço da saúde e bem-estar dos utentes, lembre-se da saúde oral, os males ocasionais como dores musculares e articulares, o que deve ser o bom uso dos analgésicos sem receita médica, o tratamento da constipação, a vacinação e prevenção da gripe, os cuidados que os seniores devem ter na sua medicação, já que habitualmente estão polimedicados; mas há mais. Falámos dos problemas gástricos e fica claro que a conversa com o farmacêutico só traz vantagens. Como se esclarece: os antiácidos à base de alumínio ou de cálcio provocam prisão de ventre enquanto que os que têm magnésio dão origem a diarreias; um insuficiente renal não pode tomar antiácidos com magnésio; há antiácidos com grande quantidade de sódio, não devem ser tomados por hipertensos, diabéticos, insuficientes renais, doentes cardíacos, entre outros. Por outras palavras, todo o doente que precise de restringir o consumo de sal não pode tomar este tipo de antiácidos. E atenção, os antiácidos efervescentes nem sempre estão recomendados, porque o gaz libertado, embora permita um alívio rápido das queixas do estômago, tem um efeito de ricochete. Por todas estas razões, use e abuse do aconselhamento farmacêutico. UA-48111120-1
Os comentários estão fechados.
|
AutorEdição Mais Norte Categorias |