Por Mário Beja Santos ||| A chegada do outono faz-se acompanhar de chuvas, mudanças bruscas de temperatura e daí uma maior predisposição para o aparecimento ou exacerbação de certas doenças. Da gripe já temos dado conta das complicações habituais que podem aparecer no aparelho respiratório, um risco agravado nestes tempos de Covid-19. À gripe há que juntar as constipações, que também são infeções respiratórias, manifestam-se com menor gravidade e são distintas da gripe, na sua sintomatologia, apresentam febre ligeira, corrimento ou congestão nasal, bem como tosse e congestão no peito. Têm uma semelhança de sofrimento com parecenças à gripe, quando falamos dos fumadores e dos bronquíticos crónicos, eles sofrem muito com a constipação. Centremo-nos, pois, na constipação, deixa-se para outra ocasião uma conversa sobre o aumento de dores ósseas e articulares, que se agravam neste tempo. A constipação é uma infeção viral transmitida através do ar exalado, pelas gotículas expelidas na fala e em espirros e, muito frequentemente, pelo contato entre as mãos – num simples cumprimento, os vírus são transmitidos às mãos da outra pessoa que, ao tocar na própria boca ou no nariz, se infeta. A constipação pode ser mais debilitante em pessoas com doença cardíaca, doença pulmonar, ou que tenham deficiência de imunidade. Os sintomas são variáveis de pessoa para pessoa e por isso o tratamento é obrigatoriamente personalizado – a escolha do medicamento a utilizar baseia-se no quadro das manifestações que o doente apresenta. Quais são os sintomas? Febre (em geral, baixa), o nariz a pingar, algumas dores no corpo, dores de cabeça, sendo frequente, no final da constipação, subsistir uma tosse residual. Há diferentes tipos de medicamentos adequados para cada um destes sintomas. Faz-se uma resenha, para perceber a importância da indicação e do aconselhamento farmacêutico.
Para a febre, dores de cabeça e dores do corpo, utilizam-se os chamados analgésicos e os antipiréticos, são substâncias que podem ser adquiridas sem receita médica. A sua escolha, insista-se, não é arbitrária, está sempre condicionada pelos sintomas apresentados pelo doente, e há as restrições do quadro das doenças de cada um: uma pessoa que tome anticoagulantes só pode usar o paracetamol; quem toma antipiréticos deverá escolher o paracetamol, assim como um doente que tenha uma úlcera ou sensibilidade elevada do estômago aos anti-inflamatórios. Uma garganta irritada é o primeiro processo da constipação, levando algumas pessoas a solicitar erradamente um antibiótico que não terá qualquer efeito, esta sensação de dor desaparece naturalmente ao fim de dois ou três dias, mesmo que nada se faça. Para acalmar estes problemas de garganta, podem-se chupar pastilhas com composições muito diversas. Apesar de serem pastilhas e poder pensar-se que são inócuas, há pessoas alérgicas a qualquer uma das substâncias ativas presentes nas pastilhas. O uso frequente ou prolongado dos antisséticos faz alterar o equilíbrio das bactérias locais, o que pode induzir outras infeções da boca. O nariz a pingar resulta da inflamação provocada pelo vírus da constipação e, embora este sintoma dure dois ou três dias, quando é incomodativo, pode ser aliviado com medicamentos que secam as secreções. São para utilizar durante muito pouco tempo, para evitar secura na boca e prisão de ventre; também não podem ser utilizados em pessoas com glaucoma ou hipertrofia da próstata e há o perigo de estes medicamentos provocarem sonolência. O chamado “nariz entupido” pode ser aliviado com aplicação local de gotas ou com a toma de comprimidos. Os medicamentos em gotas costumam aliviar mais rapidamente, estas gotas não são todas iguais, diferem principalmente na duração do efeito. São de preferir aquelas cujo efeito chega a atingir 8 a 10 horas e a sua utilização não pode ultrapassar uma semana. Deixamos para uma próxima oportunidade uma conversa sobre os antitússicos, falar da tosse é da maior importância, pois há manifestações que devem levar rapidamente ao encaminhamento médico. UA-48111120-1
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