Por Mário Beja Santos ||| A pele é um órgão visível, privilegiado para a vida de relação, desvela ou trai emoções e sentimentos. A pele participa na vida social efetiva, incluindo a sedução e a vida amorosa, é um verdadeiro interface entre o indivíduo e os outros, nela estão inscritas as cicatrizes indeléveis das feridas, das marcas do tempo e as transformações do corpo. Dentro das estruturas que fazem parte da pele existem células que produzem uma substância escura, designada por melanina. Conforme a maior ou menor quantidade de melanina produzida, assim é o tom de pele que cada um de nós apresenta. Qualquer um de nós, quando se expõe à luz solar, vai necessariamente estimular a produção desta substância, o que lhe pode dar um ligeiro ou forte tom bronzeado. A exposição desprotegida ao Sol pode ainda, muito vulgarmente, causar a “pele lagosta”, que corresponde a uma queimadura muito séria. Daí a importância de falarmos no fator de proteção solar. Ele ajuda-nos a calcular o que vai acontecer à pele quando está exposta ao Sol sem proteção e o que é que o filtro protege, reduzindo as hipóteses de queimadura (falamos de proteção baixa, média, elevada e muito elevada). O fator é uma medida de laboratório, mas tem grande importância para indicar a relação entre o tempo em que a pessoa pode expor-se à luz do Sol antes de se queimar e o tempo que ela pode ficar exposta a essa mesma luz sem se queimar. Esta proteção depende de outros elementos, que têm de ser considerados: o tipo de pele, a quantidade usada para proteger a pele e os tipos de atividades que a pessoa desenvolve durante a exposição.
Escolhe-se o protetor de acordo com o tipo de pele e devemos estar sempre atentos ao tal significado do fator de proteção solar, que é o poder de filtragem das radiações ultravioletas que cada protetor solar contém. Sem estes filtros, a nossa pele é rapidamente agredida em poucos minutos. Há quem pense que com o índice de proteção 20 pode estar vinte vezes mais tempo exposta. Nada demais errado, a eficácia depende da correta escolha do protetor em função do tipo de pele. A aplicação do produto 15 a 30 minutos antes da exposição e uma reaplicação precoce 15 a 30 minutos após o início da exposição solar é essencial. A aplicação deve fazer-se de forma generosa, incluindo os lábios, as orelhas, à volta dos olhos, couro cabeludo (nas pessoas calvas), pescoço, mãos e pés. A rotulagem nas embalagens dos protetores solares dá-nos informação, foram banidas expressões como “proteção total” ou “ecrã total” (visto que nenhum produto protege completamente contra a radiação ultravioleta) e estão normalizadas as categorias de proteção baixa, média, elevada e muito elevada. Além do seu médico, e para efeitos de uma exposição solar tonificante, conte com o aconselhamento farmacêutico para obter melhor orientação na escolha do protetor solar mais adequado ao seu tipo de pele e mesmo em matéria de gostos (quanto à oleosidade ou se é mais indicado em creme, loção ou aerossol, por exemplo), bem como à zona do corpo a que se destina. Ficam-nos dois sujeitos ainda por abordar e que tem a ver com a exposição solar nas crianças e os cuidados que devemos ter com o Sol e o calor. UA-48111120-1
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