Por Mário Beja Santos ||| Caracteriza-se a pele do bebé e da criança do seguinte modo: menor espessura da camada mais superficial; tendência para a secura (devido à reduzida atividade das glândulas sebáceas); uma transpiração diferente da do adulto (devido à relativa imaturidade das glândulas sudoríparas); pH neutro (ao contrário do da pele dos adultos), o que pode facilitar um maior desenvolvimento de bactérias. A pele da criança, especialmente dos lactentes, é particularmente sensível ao excesso da secreção sebácea (caso da crosta látea), aos ácaros do pó da casa, às bactérias presentes no meio envolvente. As afeções cutâneas mais comuns nas crianças são as xeroses (pele seca) e a dermatite (também designada por eczema). Na xerose, as regiões do corpo que podem ser mais afetadas são os braços, a parte interior das pernas e a parte lateral do tronco e das coxas. A dermatite é uma reação inflamatória da pele visível através de lesões, muitas vezes pruriginosas; as dermatites mais comuns dão pelos nomes de atópica e de contacto. Estas dermatites podem ser alérgicas ou irritativas. A prevenção passa por conhecer as situações que favorecem as assaduras ou dermatite das fraldas e o elementar do cuidado com a pele infantil. A fralda suja propicia um ambiente húmido, agressivo para a pele sensível da criança. A pele molhada pode causar fricção contra a fralda, mas também permitir o desenvolvimento de bactérias e fungos. A ureia é provavelmente a causa mais comum de dermatite das fraldas. A amónia, produzida a partir da ureia, é altamente irritativa e pode causar inflamações. Mas há outras situações que podem favorecer assaduras e dermatites: é o caso das alterações alimentares, na fase de adaptação a leite de fórmula. Tudo para significar que é imperativo prezar a higiene pessoal das crianças. Por exemplo, depois do banho, a pele deve ficar limpa e seca, especialmente nas dobras e pregas. Deve usar-se sempre um sabonete suave, sem corantes nem aditivos. Com a maior frequência possível, a pele do bebé deve estar exposta ao ar fresco, tendo em atenção as variações de temperatura.
Não se pode adquirir cosmética infantil à toa. Há emulsões, pomadas, unguentos e cremes gordos indicados para peles descamativas, há iguais produtos destinados a peles sensíveis e irritáveis, há pastas destinadas à proteção contra agentes irritantes e há pós destinados à prevenção da maceração. A prescrição pediátrica ou indicação farmacêutica podem ser determinantes. Os perfumes não são aconselhados como cosméticos destinados a bebés e a crianças. Pode também haver intolerâncias a certos conservantes. É por isso que os produtos rotulados de hipoalérgicos podem ser considerados a opção mais segura para aplicar na pele de bebés e crianças. Converse com o seu farmacêutico para adquirir os mais indicados produtos de limpeza: sabões que podem ter complementos para prevenir a secura excessiva, sabões que possuem pH não abrasivo para a pele, champôs que não provocam ardor nos olhos; identifique os cuidados de hidratação e de proteção da pele da criança, pois há no mercado uma variedade de produtos emolientes com propriedades humectantes (ou seja, retêm a água na pele) e oclusivas (impedem que a água se evapore). Inteire-se sobre os procedimentos diários de higiene e de como deve estar atento aos problemas de pele da criança. A criança agradecerá sempre estes cuidados com o seu bem-estar. UA-48111120-1
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