Por Mário Beja Santos ||| O punhado de reflexões que se segue não deve em caso algum confundir-se com o papel determinante do pediatra; é uma mera recordatória que pode caber nesse amplo domínio da promoção para a saúde e no chamamento para a importância que tem a boa comunicação e a saúde. Já não vivemos no tempo do paternalismo em saúde; ninguém discorda que o utente de saúde e o doente precisam de maior autonomia, mais informação e uma melhor preparação para lidar com os cuidados de saúde primários, os estilos de vida saudáveis, o bom uso do medicamento, aproveitar o que de melhor a era digital oferece em promoção para a saúde; e o bom relacionamento, a boa comunicação com o médico e o farmacêutico são determinantes. De que males ligeiros na criança ocorre falar? São diversos, podem ser a obstipação, as cólicas, a otite, a amigdalite, a febre, as intolerâncias alimentares, a dermatite atópica, a tosse, os casos de insónia… mas há muito mais. Há, por consequência, necessidade de estender por vários apontamentos o modo de tirar partido do aconselhamento farmacêutico, independentemente dos casos que requerem a pronta consulta médica ou até a ida ao hospital. Quando falamos de obstipação e cólicas, é bom saber como agir para ajudar a melhorar o trânsito intestinal do bebé, não esquecendo que a prisão de ventre pode ocorrer também nas crianças mais crescidas (embora haja doenças que possam causar obstipação, a maioria das situações deve-se a fatores genéticos e a fatores ambientais com, por exemplo, o tipo de alimentação praticada ou mesmo a ingestão insuficiente de líquidos). Os pais devem estar atentos à sintomatologia da prisão de ventre na criança para as ajudar a terem estilos de vida mais saudáveis. Falando do aconselhamento farmacêutico, os pais não devem tomar qualquer decisão sobre o tratamento da obstipação com medicamentos sem perguntar ao seu farmacêutico qual o mais adequado à idade da criança e ter em conta algumas alterações de hábitos alimentares, como, por exemplo: adotar uma alimentação rica em fibras, reduzir a ingestão de alimentos como o arroz e a banana; os pais devem informar o farmacêutico sobre todos e quaisquer sintomas que acompanham a prisão de ventre da criança como dores abdominais, para que seja possível despistar os casos em que é importante recorrer a uma consulta médica.
Escreveu um dia o professor Mário Cordeiro que estará provavelmente por nascer o bebé que não tem cólicas no primeiro trimestre de vida, cólicas que se manifestam pelo choro excessivo em bebés que mantêm o apetite, além do choro, o bebé pode apresentar uma expressão de dor e puxar as pernas para o abdómen. O exame pelo pediatra é importante, com o objetivo de se excluir a possibilidade de uma patologia associada. Mas há aconselhamento para o alívio das cólicas (os pais devem estar informados que estas irão, em regra geral, desaparecer pelo quarto mês de vida). O farmacêutico deve recordar as medidas gerais recomendadas para o alívio das cólicas, questionar se o médico prescreveu ou recomendou algum medicamento, tentando perceber se os pais o estão a utilizar e o fazem nas doses e na frequência recomendada. O farmacêutico deve ainda caracterizar o tipo e frequência das cólicas e, se considerar que podem estar associadas a outra situação, deve aconselhar o recurso a uma consulta médica. São temas aliciantes, de uma grande diversidade, vale a pena continuar. UA-48111120-1
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