Por Mário Beja Santos ||| É do senso comum que a saúde oral é um fator determinante para a saúde e para a qualidade de vida em geral – basta pensar nas suas implicações no nosso bem-estar e no relacionamento com terceiros, uma boca saudável facilita a comunicação, melhora a nossa autoestima e a interação com os outros. E naturalmente que se previnem algumas doenças graves, mas também as infeções orais de toda a ordem. A forma mais eficaz de prevenir todas estas doenças e de manter o estado de saúde global passa por assegurar uma higiene oral adequada. Por isso vale a pena conhecer as principais afeções da cavidade oral e as medidas que se devem tomar para promover a saúde oral. A placa bacteriana é uma película aderente e transparente, formada por bactérias e por resíduos dos alimentos. As bactérias transformam os hidratos de carbono (especialmente os açúcares) em ácidos, que atacam o esmalte e favorecem o aparecimento de cáries. A placa acumula-se principalmente em sítios difíceis de limpar: entre os dentes, no sulco gengival – espaço entre o dente e a gengiva – e na superfície dos dentes cuja escovagem é mais difícil. A placa bacteriana tende a endurecer transformando-se em tártaro, uma das principais causas de gengivite. Entre as principais afeções da cavidade oral avultam: as cáries, a halitose (mau hálito), a gengivite e a periodontite, a sensibilidade dentária, as aftas e xerostomia (boca seca). Como prevenir? Satisfazendo as seguintes orientações: escovar os dentes pelo menos duas vezes por dia e não comer nas duas horas após a escovagem, uma destas escovagens deve ser feitas antes de se deitar; utilizar uma escova de dentes adequada, que deve ser substituída de três em três meses; utilizar dentífrico com flúor (converse com o seu estomatologista ou farmacêutico); utilizar fio dentário diariamente, de modo a remover restos de alimentos e bactérias dos espaços que existem entre os dentes e entre estes e as gengivas; reduzir a frequência de ingestão de açúcar, restringir o consumo de tabaco e de álcool; depositar regularmente o dentista.
Há outras aspetos práticos a considerar, por exemplo as escovas de dentes manuais ou elétricas. O tamanho da cabeça da escova deve permitir um fácil acesso à superfície dos dentes. As escovas elétricas são indiscutivelmente um benefício, a sua cabeça mais pequena chega com mais facilidade a todas as superfícies dos dentes. Se tiver próteses dentárias, é bom que converse com o seu farmacêutico para este o ajudar na escolha do produto de limpeza e das escovas mais adequadas. Há preceitos da escovagem que não convém negligenciar. É o caso de inclinar a escova num ângulo de 45º de encontro à gengiva, fazendo pequenos movimentos horizontais, tipo vaivém ou circulares, de modo a que os pelos das escovas limpem o suco gengival, o espaço que fica entre o dente e a gengiva. E há as especificidades da saúde oral em quem é sénior. Ao avançarmos na idade a mucosa oral torna-se mais frágil e fina, ocorrem alterações na língua e na produção de saliva que se podem traduzir na diminuição de paladar. Com o avançar da idade aumenta o limiar da sensibilidade à dor nos dentes. Para além das alterações fisiológicas, há fatores externos que podem contribuir para a maior predisposição dos seniores para desenvolverem doenças orais. Têm lugar destacado a polimedicação (que pode contribuir largamente para a redução da produção de saliva), e a utilização de próteses dentárias. Os problemas de saúde oral mais frequentes nestas idades são: a perda de dentes, a redução da produção de saliva, o desgaste dentário, as cáries, a doença periodontal, entre outras. As recomendações andam próximas das que acima se referiram, com uma chamada de atenção para as próteses: escovar a prótese diariamente com uma escova própria e utilizando sabonete neutro, dentífrico não abrasivo; prestar atenção ao eventual desgaste da prótese e ao seu ajuste na boca (as próteses devem estar bem adaptadas para não provocarem lesões nas mucosas e para permitirem a adequada mastigação dos alimentos); verificar regularmente os lábios, os dentes, as mucosas e a língua, havendo alterações, há que ir prontamente ao dentista. Só tem a beneficiar conversando com o seu farmacêutico. No caso dos elixires, podem ser uma boa ajuda no controlo da formação da placa bacteriana, estes não devem ser usados por períodos prolongados, visto poderem levar a um desequilíbrio da flora bacteriana normal da cavidade oral. Não se devem escolher à toa elixires ou colutórios, pois não são todos iguais, podendo ter finalidades bastante diferentes como a prevenção da cárie, de antisséticos ou de branqueadores. Com a ajuda do seu farmacêutico saberá qual o mais adequado para si e quais os cuidados a ter em conta na sua utilização. UA-48111120-1
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