Quem não existe na avalanche das redes sociais está morto, deixa de merecer a vida presente6/9/2024
Por Mário Beja Santos ||| Há bem mais de 20 anos que analistas de diferentes procedências se debruçam sobre o culto da velocidade decorrente de vivermos numa sociedade em rede, analisa-se quais as consequências deste frenesim, como se pulverizam as formas de equilíbrio que exigem maturação das coisas, dos lugares, da luz, dos referentes da história, isto quando reina a urgência, a instantaneidade, o breaking news que nos altera a vida inteira, as tais formas de equilíbrio que eram medidas pelo tempo físico e o tempo subjetivo, tudo ultrapassado pelo curto prazo, a necessidade de se reagir de imediato com o contacto, estar em permanência a consultar essas vastíssimas salas de conversa onde temos que ser opinativos, mostrar performance, interação, disponibilidade permanente – só assim se tem direito a estar vivo.
Os Dias do Ruído, de David Machado, Publicações Dom Quixote, 2024, é uma metáfora sobre a comunicação contemporânea, onde predomina a tal cultura da urgência, a plena sujeição aos riscos de viver com uma claque na sala de conversa digital, que por vezes tem uma abrangência planetária, ou, sofrer a ira declarada dos outros quando se adquiriu o estatuto de herói ou heroína. Não há político que não se esforce por dar opiniões diárias no X ou no Instagram, merecerão depois a sua transferência para as ondas televisivas ou hertzianas, e comentários noutras salas de conversa de dimensão gigantesca, como o Facebook. Os políticos, os homens de negócios, os astros do desporto, os heróis efêmeros, precisam de conselheiros que os ajudem a responder com uma frase que se pôde perpetuar nos diferentes meios de comunicação social. É um ruído avassalador de manchetes, imagens, vídeos – dá muito trabalho estar na crista da onda, prisioneiro do implacável quotidiano. Por Mário Beja Santos ||| Embora não assuma as proporções do passado, a infestação provocada por piolhos (pediculose) ainda é uma preocupação, sobretudo em crianças na escola; é uma infestação muito comum entre crianças, principalmente no ensino pré-escolar e básico, podendo provocar disseminação entre os membros da família e os cuidadores. Os piolhos transmitem-se pelo contacto direto, cabeça a cabeça – através do cabelo de uma pessoa pode contaminar-se outra – ou através de objetos infestados, como bonés, escovas e pentes. Esta é uma transmissão que está facilitada nas escolas, uma vez que a aglomeração de crianças e o contacto próximo entre elas permite a rápida e fácil propagação dos parasitas. Os sinais de alerta são a comichão na cabeça (prurido, principalmente na nuca e, por vezes, atrás das orelhas); aparecimento de crostas e pequenas feridas na cabeça, provocadas pela picada do piolho; sensação de que alguma coisa está em movimento na cabeça.
Por Mário Beja Santos ||| Há contracapas de livros que prendem imediatamente a atenção do leitor pela sua capacidade de incisão e pelo acicate para a leitura. É o caso daquela que acompanha Mapa Cor de Sangue, as lutas, as revoltas e as tragédias em Portugal do tempo das Invasões Francesas, por Rui Cardoso, Oficina do Livro, 2024:
“Portugal, 1808. Uma revolução social que acompanha os levantamentos patrióticos. O povo insurge-se contra a velha ordem de fidalgos e eclesiásticos e, ao mesmo tempo, contra o jogo do invasor francês. Em Melgaço e Beja, populares lincham os magistrados, em Foz Côa, casas de famílias abastadas são saqueadas. Por outro lado, quem ousa rebelar-se contra os franceses é punido. Os habitantes de Vila Viçosa, Rio Maior, Alpedrinha e Régua são brutalmente castigados pelos soldados de Napoleão, mas nada se compara aos massacres em Leiria e Beja. Os ingleses desembarcam e os franceses negoceiam a saída. Mas regressam menos de um ano depois. A guerrilha é espontânea, heroica e impiedosa. O general Bernardim Freire de Andrade é linchado pelo povo. E a entrada das tropas napoleónicas no Porto fica marcada pelas lutas casa a casa e pelo desastre da Ponte das Barcas, no qual milhares de pessoas perdem a vida. Fuzila-se e incendeia-se como método de contrainsurreição. Em São João da Madeira, a retaliação pela morte de um oficial francês leva à execução de 1 em cada 5 homens e rapazes da Arrifana. A resistência em Amarante exaspera franceses, que incendeiam a cidade. Em agosto de 1810, o rio Côa tinge-se de sangue do prelúdio do cerco de Almeida, onde morrem meio milhar de defensores. Serão depois as vertentes do Buçaco a fincar juncadas de corpos dos combatentes. Portugal entra no século XIX de forma violenta e traumática. Às invasões seguir-se-á a luta entre liberais e absolutistas, e mesmo depois da vitória dos primeiros haverá quase vinte anos de instabilidade, golpes militares e revoluções…” Presidente da Câmara, Armando Mourisco, justifica este grande investimento na feira deste ano |
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