Por BEJA SANTOS - Autor prolífico, com uma plasticidade que abarca o romance, a novela, o conto, o teatro e o ensaio, Mário de Carvalho possui um talento raro para observar o quotidiano, domina plasticamente, e dentro do mesmo discurso narrativo, a farsa, o burlesco, o pícaro, toca todas as teclas da emoção e radiografa com agudeza e pilhéria o mundo em que vivemos. Tenho para mim que a sua obra-prima é “Fantasia para dois Coronéis e uma piscina” que recentemente a Porto Editora reeditou, e que se revela como o mais inconfundível testemunho de uma era conhecida pelo cavaquismo, o tempo eufórico das autoestradas, da casa secundária, do triunfo do pato bravo, é o tempo dos fundos europeus e daquela mansidão em que a prosperidade (mais ilusória do que real) tinha tomado conta de nós. Por BEJA SANTOS - Percorrer Lisboa sobre o signo da arqueologia decifrada tem muitos aliciantes, permite novos olhares sobre o Castelo de S. Jorge, os vestígios do Teatro Romano, a Muralha de D. Dinis, a Muralha Fernandina, aprender a passear com o sentido da descoberta de uma história envolta na Lisboa à beira-rio e entrar no WC do Largo da Sé para descer ao passado, mas há mais, muito mais à nossa espera, como abona o livro “Segredos de Lisboa, Vestígios arqueológicos surpreendentes sob as ruas da capital portuguesa”, por Inês Ribeiro e Raquel Policarpo, A Esfera dos Livros, 2015, um estimulante guia para percorrer Lisboa a partir do subsolo. Estas duas jovens arqueólogas trazem novas propostas para conhecer e melhor compreender a história de Lisboa através de vestígios arqueológicos que se podem situar no Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros, no Claustro da Sé de Lisboa, o livro ajuda a interpretar o que resta do Palácio dos Marqueses de Marialva que se situava, grosso modo, onde está hoje o Largo de Camões e passear com outros olhos nos Reservatórios da Mãe d’Água das Amoreiras e da Patriarcal, isto para já não falar no belo passeio que podemos dar na Ribeira das Naus. Por BEJA SANTOS -
A Direção-Geral do Consumidor produziu uma brochura sobre estas comunicações eletrónicas que tantas vezes nos atarantam, são desorientações que nos podem sair caro. O leitor poderá encontrar o texto na íntegra em www.consumidor.pt ou https://www.facebook.com/dgconsumidor. Vamos ao essencial, às questões de sobrevivência. Estamos a falar dos serviços que são disponibilizados mediante remuneração: televisão, telefone fixo e móvel e acesso à internet fixa e móvel como os operadores oferecem um conjunto diversificado de serviços, a primeira coisa é comparar e escolher a melhor oferta. Quando quer comparar as ofertas, os elementos prioritários a ponderar são: serviço que é oferecido, o preço (tarifário; mensalidade; preço de instalação; preço de ativação; promoções…); períodos de fidelização, quando existem; condições de cancelamento e de renovação do contrato. Os operadores deverão ser prudentes nas suas promessas publicitárias. Por exemplo, a expressão “ilimitado” só deve ser utilizada para ofertas que sejam efetivamente sem limites ou restrições ao longo de todo o período de duração do contrato. De há muito que estamos habituados a que as Edições 70 publiquem obras de invulgar qualidade gráfica e científica. O que abona o aplauso que endereçamos a “100 anos de fotografia científica em Portugal”, coordenação de Fernanda Madalena Costa e Maria Estela Jardim, Edições 70, 2014. Obra incontornável, adiante se verá. No século XIX, o desenvolvimento da fotografia será muitíssimo bem acolhido pelas especialidades científicas e, como círculo virtuoso, assistir-se-á ao incremento de novas técnicas fotográficas, tratou-se de um casamento perfeito. Como aliás se diz na introdução da obra, a ciência foi muitas vezes o motor do desenvolvimento da fotografia. Este admirável novo mundo da cultura visual irá popularizar a ciência, a imagem fotográfica passará para o primeiro plano dos grandes eventos. Na Grande Exposição de Londres, de 1851, uma das maiores atrações foram as fotografias científicas astronómicas; a fotografia da Lua deu brado. Os cientistas, caso do Príncipe Alberto I de Mónaco, grande explorador oceanográfico, exibiu fotografias e instrumentos oceanográficos na Exposição Universal de Paris de 1889.
POR BEJA SANTOS - Há três nomes indispensáveis, na literatura portuguesa do século XX, para estudar a essência do castiço e do vernacular: Aquilino Ribeiro, Tomaz de Figueiredo e João de Araújo Correia. Perde-se muito por estes três nomes não serem praticamente conhecidos pelas novas gerações. Foram três operários laboriosos no levantamento, de acordo com as regiões observadas nas suas obras, de vocábulos de um mundo rural que hoje desapareceu; deixaram-nos o registo mais espantoso de usos e costumes do Norte do país, da fidalguia e do povo, dos produtos da terra, da arreigada religiosidade do povo, e escreveram como nunca mais se voltará a escrever, com um desvelado encanto. Por Beja Santos – O jornal O Público, na sua edição de 4 de Março, noticiava uma penhora das finanças de alimentos doados por hipermercados à IPSS O Coração da Cidade, alimentos destinados a famílias carenciadas. Esta IPSS distribui cerca de 2500 quilos de alimentos por cerca de 600 famílias. Em causa uma dívida relacionada com portagens que tem sido alvo de críticas pela sua falta de lógica, como refere a notícia: “Cada pórtico instalado nas SCUT corresponde a um processo de cobrança coerciva, pelo que a mesma viagem pode dar origem a diversos processos. Num processo de contraordenação com uma taxa não paga de 0,45 euros, por exemplo, a coima mínima é de 25 euros. Com taxas administrativas, custas processuais e juros de mora, pode acabar por ultrapassar os 100 euros”. A presidente de O Coração da Cidade é categórica: “Não pago, somos uma associação de voluntários, não temos dinheiro. Penhorar alimentos doados a quem tem fome. Isto é caricatura de um país”. Por Beja Santos - É muito bela a escrita de Margarida Fonseca Santos, tanto na área infanto-juvenil como na ficção para adultos e escreve igualmente linhas de orientação para aqueles que gostam de dar vida às palavras. O seu romance “De zero a dez, Encarar a dor crónica, as limitações e os medos. A força para superar os obstáculos do dia-a-dia”, Clube do Autor, 2014, é uma obra inspiradora, terna, quem procura combater a dor crónica e uma vida cheia de adversidades e de dependências, tem nesta narrativa uma estrela polar, nela encontra referências plausíveis para lidar com problemas de saúde crónicos, é um livro que exalta a esperança, que dá confiança na responsabilidade dos autocuidados e no empenhamento para a felicidade. Por Beja Santos - Biografia originalíssima, bem urdida, esclarecedora, sabe abraçar num percurso aliciante os quarenta anos do Ar.Co, uma escola alternativa que se empenhou, na fase final do regime de Marcello Caetano, em encontrar uma resposta a todos aqueles que não aceitavam (e não aceitam) o ensino convencional das Belas Artes e da comunicação visual. “NÃO, uma biografia do Ar.Co”, por Maria Antónia Oliveira, Sistema Solar, 2014, é uma viagem à génese e às vicissitudes do ensino ministrado no n.º 19 da Rua de Santiago, ali bem perto do miradouro de Santa Luzia e à escola de Almada. Por Beja Santos - O livro intitula-se “Portugal e o fim do colonialismo. Dimensões internacionais”, com organização de Miguel Bandeira Jerónimo e António Costa Pinto, Edições 70, 2014, e faz parte da nova reflexão historiográfica sobre a evolução do pensamento colonial a partir da criação do sistema das Nações Unidas e do relacionamento que se estabeleceu entre a diplomacia de Salazar e os mais próximos aliados: EUA, Grã-Bretanha, França e RFA, África do Sul e Brasil. São sete textos que têm uma articulação própria, trata-se de um longo transcurso sobre as condições do trabalho reforçado e as reformas a que obrigaram o império colonial português os críticos de todas as proveniências. |
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Junho 2016
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