BEJA SANTOS – Com organização de Fernando Rosas, Mário Machaqueiro e Pedro Aires Oliveira, “O adeus ao Império, 40 anos de descolonização portuguesa”, Nova Veja, 2015, apresenta-se como um contributo que permita compreender melhor o fenómeno complexo que foi a descolonização portuguesa. Por isso diferentes intervenientes encarregaram-se de passar a escrito matérias aparentemente colaterais mas que têm significado preciso na descolonização, como é o caso de: O antigo colonialismo tardio do antifascismo português, onde Fernando Rosas pondera os pontos de vista de oposição republicana, comunista e da esquerda católica e, jamais próximo do 25 de Abril, a aproximação à questão colonial da esquerda maoista e da esquerda radical; a análise dos partidos nacionalistas africanos no tempo da revolução permite apurar que havia uma visão idealizada de nações unidas e prósperas dirigidas por líderes dedicados à modernização e ao progresso para todo o povo, foi uma narrativa bastante convincente que desmoronou com a corrupção, a guerra civil e a delapidação de projetos da cooperação internacional; um outro autor procede ao balanço militar nos três teatros de operações em que se faz a seguinte apreciação: “A verdade fundamental que emerge de uma análise da situação na África Portuguesa em início de 1974 é que os números – de pessoal, de armas, de força aérea – são essencialmente irrelevantes quando se trata de avaliar o equilíbrio de forças. Foi a política e não a capacidade militar que determinou o curso dos acontecimentos. Houve, seguramente, um diferencial grande no equilíbrio operacional militar entre os três territórios continentais – com uma situação desesperada para as autoridades coloniais da Guiné, desafiante mas não ainda crítica em Moçambique e relativamente tranquila em Angola”.
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Junho 2016
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