Por ARMANDO MIRO – Jornalista A nova revista «Mais Norte» alarga a sua influência e território, beneficiando da grande experiência e tradição dos antecessores, seja a publicação em si, sejam os seus fazedores. Que a longa vida e sucesso que lhes auguro se reflicta nessa Região. Cá fica á espera no meio dela... De cada vez que se perspectivam mudanças partidárias, e não é só no PS, rebobino o filme para relembrar temas requentados. Um dos que mais cheira a esturro é o do número de deputados. Como a generalidade aponta para a diminuição, algo simplista e demagógica na sua formulação, recorda-me a sugestão de um amigo que diz que seria suficiente um por partido. Ele teria o comando dos bonecos sentados no hemiciclo, em número correnspondente aos eleitos por cada uma das formações, e assim se fariam as votações. Como qualquer redução só traz diminuição da representatividade regional, agravada no interior, por que não propor o mesmo número por cada círculo? Ou a redução ser apenas nos de Lisboa e do Porto? Respondendo à demagogia do mesmo modo, passo adiante pois o assunto agora é outro. Trata-se do “trabalho” dos eleitos para nos representarem e, assim, nos governarem e defenderem, dizendo-se a propósito que ele é muito mas é «invisível», ou seja, nas comissões e outras coisas do estilo. É assim que as coisas funcionam? Um exemplo interessante do “descuido” tem a ver com os reiterados atropelos aos direitos dos cidadãos, principalmente como consumidores, pois já lhes bastava a enorme carga de impostos que aqueles e eles aplaudem ou criticam, conforme a filiação ou simpatia, sem qualquer consequência ou mudança.
Um casal, mesmo à porta do notário onde assentou casamento, ou da igreja onde fez voto de companhia até que a morte os separe, pode logo ali assumir que, afinal, não é assim e quer o divórcio. Mas se um dos “cônjuges” é uma empresa, que raramente cumpre na íntegra o que promete no «pacote», tendo para isso o apoio de bons advogados, agarra leoninamente o “fiel cliente” que não tem quem o defenda, pois o valor da causa não dá para advogado . O MEO (e outros que tais) é só deles? Outros relapsos ou distraídos são alguns autarcas que, esquecendo-se do aplauso que deram ou do silêncio que consentiram, erguem agora a voz sem a preocupação do “volume”, pois sabem bem que o conteúdo corresponde à mensagem como se ela fosse ciciada ao ouvido de um surdo. Recordando a barbárie do Tua, que pensam que nos confortam com arquitectos de topo, ou da não preocupação da Unesco com a classificação, lembra-me as dificuldades da integração do “edificado” na proposta então apresentada à Unesco. Vão lá ver o que já fizeram, e ainda vão fazer, à foz do Tua e às suas emblemáticas paisagens e ferrovia e, se a Unesco não se preocupa com aquilo, então que se lixe a Unesco. Já quanto à A4, para além dos atrasos maronescos de túneis e viadutos que agravam, com o fim do avião e dos comboios, as acessibilidades regionais, registo as propostas “platónicas” de um deles para uma isenção de portagens em 10 anos, e de outro que contrapõe portajar a EN15 com que ficou na redefinição para M15. Dos 26 autarcas e seus acólitos e apoiantes nem um se lembrou que a A4 é o alargamento do IP4 que assim desaparece? E que o IP4, sendo a E82, foi largamente financiada por fundos Europeus que agora vão gerar receitas “ilegais”? Lembram-se dos autarcas humilhados e julgados em tribunal por as obras financiadas pela Europa terem sido aproveitadas e não destruídas como indicavam os regulamentos comunitários? E noutra perspectiva, pois portagens é ultraje e vigarice, que responsabilidades se atribuem e assumem pela paragem das obras, pois são duas, sendo uma incompreensível e ainda inexplicada, e a outra, a do túnel, uma história só com personagens mas sem enredo nem conclusão. Os alegados problemas com a água, se reais, impedem a obra em definitivo? E se se vai fazer, como dizem que sim, não teria sido essa a decisão cautelar que as parou que devia ter sido tomada? Os problemas de então não são os mesmos agora? Porque se sobrepôs o interesse privado ao público, agravado com o facto do privado ser de um bem público apenas concessionado? Que outros interesses estiveram ali em jogo, que permitem as mais díspares e sórdidas histórias de café? Quanto às possíveis alterações partidárias, deixando de lado as outras que apenas me preocupam pelas influências e contingências que me possam atingir por causa disso, espero que não sejam tão longos como parecem os mais de dois meses para a decisão que até pode nada decidir no PS. Demorando o tempo cronológico o que tem de demorar, pois ninguém o pode alterar, que os que podem, e são todos os que nisso vão intervir, o façam parecer, pelas suas posturas e atitudes, um pequeno intervalo. UA-48111120-1
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Junho 2016
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