É neste contexto de implicação entre a vigilância e o afeto que o pediatra apela à atenção dos pais para os atos de mentir e roubar e recorda o peso da ética na educação da criança. Numa linguagem clara e coloquial, o pediatra recorda-nos que noções como “respeito”, “ofensa”, “dignidade” ou “honestidade” só serão compreendidos depois das crianças a sua prática nos outros e tiverem hipótese de os verem exemplificados e demonstrados. E que os pais se acautelem quanto à responsabilidade de educar e ensinar: “É nos primeiros anos de vida, antes da escolaridade obrigatória, que se adquirem os valores essenciais e se desenvolvem os hábitos de boa-educação, o que decorre da estruturação do cérebro, das zonas cerebrais relacionados com a inteligência emocional e com a interiorização dos sentimentos sociais. Não atirem para cima do sistema educativo o que é responsabilidade dos pais”.
O peso da comunicação é determinante nesta aprendizagem que todos nós desejamos que seja bem-sucedida com as nossas crianças. Esta aprendizagem tem requisitos, como sejam: estar disponível; ser um bom ouvinte; ser um bom referente ou modelo, por exemplo. É um livro cativante, envolvente, comporta uma abordagem integral do sistema educativo na base do amor. E despede-se com a mesma luminosidade com que nos capturou a atenção ao longo desta leitura absorvente: “Não tentem moldar os vossos filhos, mas apenas os orientem e estimulem. Não tentem conter demasiado o rio que é o seu percurso de vida, mas tão-só estabeleçam margens para que o caudal corra bem. Principalmente pensem bem no que é amar de forma oblativa, e que esse sentimento passa, na prática, por mimo, amor, regras, limites, orientação e firmeza. Ensino e aprendizagem, de modo bidirecional e gostoso”. E termina mesmo citando Dorothy Law Nolte, alguém que revelou estratégias que deveremos ensaiar para que os nossos filhos tenham mais hipóteses de ser pessoas felizes, amadas e realizadas, de que se destaca: “Se as crianças vivem com aceitação, aprendem a amar. Se as crianças vivem com aprovação, aprendem a gostar de si próprias. Se as crianças vivem com reconhecimento, aprendem que é bom ter objetivos. Se as crianças vivem com partilha, aprendem a ser generosas. Se as crianças vivem com amabilidade e consideração, aprendem o que é o respeito. Se as crianças vivem com amizade, aprendem que o mundo é um lugar bom para se viver”. UA-48111120-1
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AutoresBEJA SANTOS Arquivo
Junho 2016
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