Por ARMANDO MIRO – Jornalista A idade traz-nos a vantagem das experiências vividas - sejam reais ou do conhecimento - para a análise das coisas, mas os inconvenientes são bem desagradáveis pois não se aprendeu nada com a(s) H(h)istória(s). Repetem-se os erros, e não se vislumbra um horizonte plausível para a sua correcção. Persiste-se nos dogmas em que cada un acredita, não se tolera o argumentário, exibe-se cátedra real ou inventada para refrear o contraditório, e excluem-se os que não sendo por nós são contra nós. E não é só nas guerras, pois proliferam cada vez mais como cogumelos por todo o lado, nas religiões que as suportam ou lhes servem de bandeira, ou mesmo na Economia. Aqui a exploração do homem pelo homem há muito “evoluiu” para de país por outro país, até chegar à globalização - ou lá o que isso quer que seja – que não consegue apontar e descobrir, antes encobre, a grande Finança e os Mercados que esmifram a pequenada até ficar sem pele nem osso. Como a riqueza real não será nem um décimo da que circula nas contabilidades financeiras, pois já nem sequer circula papel antes se assenta no rol das memórias virtuais, e tendo em conta o que por aí se vê e muito pior será o que nem se sonha, seria interessante obrigar a que cada um mostrasse o valor real em que assenta a sua escrita. Mas uma das coisas que mais tenho notado, com estrondosa ausência, é a do Planeamento. Lá muito para trás, quando se queria mostrar a diferença dos regimes, chamavam-lhe Fomento, denegrindo os soviéticos Planos Quinquenais por ser o Estado a determinar e executar tudo, nada deixando à iniciativa privada. Essa era então, e hoje recupera fôlego, a verdadeira quinta essência da prosperidade e do progresso como rezava a propaganda.
Hoje, nem uma coisa nem outra. Se alguém planeia ou projecta algo logo tal é anulado por quem lhe sucede, não faltando as virtudes laudatórias dos que têm a coragem de “reformar”. Não raro se nomeia uma comissão de peritos, multiplicam-se os estudos que, para não restarem dúvidas, logo implodem os anteriores. Reforçam-se as assessorias, englobadas nos gabinetes a bom preço para os eleitos, ou em outsorcing para contentar afilhados, e raramente a montanha parirá sequer um rato. De todas elas há algo sempre em comum: para acertar as contas é preciso cortar gorduras, afirmação logo interpretada como sendo referência à obesidade de pensionistas, reformados, idosos, funcionários públicos e afins. Veja-se o que aconteceu, ou melhor não aconteceu, com a famigerada comissão para o estudo do IRS, e a mais recente sobre a fiscalidade verde. Tudo paa aumentar impostos, e nem sequer uma referência a eventual descida de um qualquer imposto, ou até um prémio de consolação para os que pouco ou nada contribuem para o avermelhar da verdura. Valha-nos os carros de alta gama sorteados por quem ajuda o fisco a caçar aqueles “milionários” cabeleireiros, pequenas oficinas, cafés e quejandos que nos escondem os seus iates, mansões e outros sinais de riqueza. Mas não há fome que não dê em fartura, e logo se anunciam 27 medidas para aumentar o número médio de filhos em Portugal. Dou de barato que ignoraram prpositadamente as reais razões que levaram ao seu decréscimo e despovoamento do país. Foi a eito que cortaram tudo o que de cidadania social existia, das aldeias que quase nem existem às vilas que o foram e agora lhe seguem o rasto. Como será possível ter filhos com um mínimo de futuro e dignidade? Fala-se já de mães a passar fome e com poucas possibilidades para os ter. Não falando no desemprego qe é o principal flagelo, que terá acontecido aos abates mais diversos no IRS que tinham em conta o agregado familiar? E às creches, abonos de família, outros apoios sociais, vida escolar, assistência médica e medicamentosa, etc, etc, etc. que, pelos vistos, também sofriam das adiposidades que os obesos remediados e a classe média ostentavam? Penso no entanto que, o número de medidas escolhido, para além do prazo de 20 anos que corresponde, na melhor das hipóteses, a cinco governos ou legislaturas, tem a ver com o popular 3 vezes 9 são 27, quem não pode não promete... UA-48111120-1
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Junho 2016
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