A região do Tâmega e Sousa, que corresponde à NUT III, tem agora uma fragilidade importante, expectável desde que em 2013 o Município de Paredes (com 86.854 habitantes era o concelho mais populoso) saiu para a Área Metropolitana do Porto – perdeu um quinto da sua população total, ou seja, passou de 519.486 habitantes (Censos de 2011/ INE) para 432.915, como a página oficial da CIM também confirma. Mapas do Tâmega e Sousa: com e sem Paredes | A região perdeu quase 87 mil habitantes Têm circulado notícias a referir 500 mil ou 550 mil habitantes no Tâmega e Sousa, algumas veiculadas por autarcas da região, mas esses números estão errados. Mesmo quando CIM ou NUT incluía Paredes o total de população não chegava a esse valor de 550 mil – nunca passou dos cerca de 520 mil habitantes.
Para que tivesse atingido os 550 mil habitantes teria sido necessário incluir na CIM Tâmega e Sousa, além de Paredes, três outros municípios que apesar de integrarem a NUT nos primeiros quadros comunitários, já há muitos anos que saíram para outras organizações territoriais: Mondim de Basto (7.493 hab.) e Cabeceiras de Basto (16.710) para a sub-região do Ave e Ribeira de Pena (6.544) para a sub-região do Alto Trás-os-Montes. A circunstância de o Tâmega e Sousa ter agora menos de meio milhão de habitantes vai ter consequências graves na manutenção de serviços públicos na região. O primeiro caso estará já a verificar-se relativamente aos equipamentos de saúde, pois o Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa foi integrado no Grupo I, na polémica portaria 82/2014, precisamente aqueles hospitais que dão cobertura populacional até esse escalão (75 mil a 500 mil pessoas). População real poderá cair para os 400 mil habitantes a curto prazo A forte emigração dos últimos dois anos – 2012 e 2013 – sobretudo de jovens e adultos jovens, não está ainda contabilizada no número global da população da região, pois o último Censos foi realizado em 2011. Assim, é de crer que as próximas atualizações a ser feitas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) penalizem ainda mais o Tâmega e Sousa, encravada entre o Litoral Norte (a Área Metropolita do Porto) e a região de Trás-os-Montes. "Uma zona cinzenta", como era caracterizada nos anos 80 e 90 pelos organismos que geriam os fundos comunitários. Ou seja, uma área encravada entre o litoral e interior, com assimetrias muito profundas, como veio agora novamente revelar o estudo estratégico realizado pela CIM. Sabendo-se que nos últimos anos saíram da região alguns milhares de pessoas – Marco de Canaveses, Baião, Cinfães e até Amarante são as regiões mais sacrificadas, sobretudo pela falta de oportunidades e de postos de trabalho – é de crer que a população real do Tâmega e Sousa, em clara perda desde o início do século XXI, não vá muito além das 400 mil pessoas. Por outro lado, o abandono de jovens adultos – não só para o estrangeiro mas igualmente para outras regiões do país, com mais oportunidades – vai decerto ter consequências graves, nos próximos anos, ao nível da natalidade. (ATUALIZADA em 2014/04/18) UA-48111120-1
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