O ministro-adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro, confirma a afetação de 200 milhões de euros a estradas da verba conseguida pelo Governo Português nas negociações com Bruxelas. E os critérios que defende para a sua utilização encaixam-se nas condições da estrada que na região do Tâmega e Sousa tem a prioridade máxima – a variante à EN106, entre Penafiel e Entre-os-Rios. Quer pela saturação que apresenta, por atravessar núcleos urbanos praticamente contínuos e também devido à elevada sinistralidade que regista nos últimos anos. “Portugal vai ter 200 milhões de euros comunitários para gastar em estradas, mas o dinheiro só poderá ser aplicado nas ilhas ou em vias que promovam a competitividade”, disse o ministro-adjunto e do Desenvolvimento Regional numa entrevista à Lusa. Estas condições, que Bruxelas impôs para libertar as verbas que o Governo português pretende aplicar em infraestruturas rodoviárias no âmbito do próximo ciclo de apoios comunitários, tecnicamente catalogada por “last mile” [a última milha], aplicam-se “como uma luva” à estrada que o Governo há muito promete construir nesta região do interior do Distrito do Porto: competitividade [áreas industriais de extração de granito], plataformas logísticas e portos [a grande parte do granito exportado sai pelo porto de Leixões]. Diz Poiares Maduro: “Foi possível chegar a acordo e convencer a comissão europeia de que, em certos casos - que são excecionais -, o apoio a pequenos troços pode ser justificado à luz do objetivo de competitividade e internacionalização”.
O ministro esclarece, como já tínhamos noticiado na sexta-feira, que a aplicação de fundos comunitários neste setor não pode exceder 200 milhões de euros e só poderá financiar “troços de ligação a parques industriais, a plataformas logísticas ou a portos”. Manuel Moreira espera que obra avance quanto antes O concelho do Marco de Canaveses será um dos beneficiados com a construção da variante, sobretudo a população do baixo concelho. Manuel Moreira, presidente da Câmara desde 2005, ficou satisfeito com a notícia, apesar de “lhe parecer que as verbas inscritas são baixas”. “Essas notícias são boas e espero que a obra avance. Essa obra está inscrita no plano das infra-estruturas de elevado valor acrescentado devido à nossa pressão política e ainda recentemente voltamos a insistir através da nossa comunidade intermunicipal. Espero que a obra avance rapidamente”, referiu o autarca. Além de Penafiel e Marco de Canaveses, esta ligação rodoviária também serve os concelhos de Castelo de Paiva e Cinfães. Troço de 14 km poderá estar aberto ao tráfego em 2017 se concurso abrir este ano No documento estratégico (imagem), o Governo aponta o lançamento do concurso ainda este ano e o arranque da sua construção em 2015. Não são apontados valores para o investimento, mas estima-se que o custo do troço se situe entre 60 e 70 milhões de euros, uma vez que o projecto está a ser redimensionado, perdendo o perfil de autoestrada que lhe era atribuído na anterior concessão Vouga. Segundo o documento do Governo apresentado a Bruxelas, o troço de 14 km da variante EN106/IC35 tem um tráfego diário estimado em 5400 veículos. Se se cumprir a promessa de lançar o concurso ainda este ano, a obra poderá ficar concluída no final de 2016 ou primeiro semestre de 2017. O Governo PSD/CDS não tem agora mais desculpas para não avançar com a obra, depois de a Comissão Europeia aprovar a construção com financiamento da União Europeia. O programa de projetos prioritários aponta ainda prioridade a outro troço do IC35, a variante de Arouca a Santa Maria da Feira, para a ligação à A1, com 23 km de extensão. UA-48111120-1
Os comentários estão fechados.
|
Categorias
Tudo
Arquivo
Outubro 2016
COLUMN WITH BACKGROUND COLOR |