"Só quero ser uma cronista do tempo que passa", afirmou Lídia Jorge no encerramento do ESCRITARIA

7/10/2014

A escritora Lídia Jorge, homenageada este ano no Escritaria, em Penafiel, fechou este domingo à tarde o festival literário com uma lição de humildade. “Tenho uma grande ambição. Só quero ser uma cronista do tempo que passa, do meu tempo, do vosso tempo, do nosso tempo”, concluiu a escritora, recebendo de seguida uma forte ovação da assistência.

Lídia Jorge considerou ainda que a cultura “é uma porta fundamental” para ultrapassar a crise que o país vive. “A cultura vive com o mínimo dos mínimos”, enfatizou, não deixando de lembrar que, contudo, a cultura sabe “multiplicar” e por isso “faz o máximo dos máximos”.

O último dos quatro dias do festival Escritaria terminou domingo, após diversas iniciativas culturais, nomeadamente nas ruas da cidade, que mostraram a vida e a obra de Lídia Jorge. A escritora confessou ainda que se sentiu “emocionada” ao verificar que uma sua frase ficou escrita no chão de uma biblioteca: “Não há livros de instruções para salvar a vida, só a literatura se aproxima desse grande livro”.

A sessão de encerramento contou ainda com o homenageado do ano anterior, Mário de Carvalho, o que aconteceu pela primeira vez. No evento foi lançado este domingo um livro que recorda a passagem do escritor pelo Escritaria de 2013.