– PS acusa governo de fazer carta hospitalar à revelia do país O secretário nacional do PS Álvaro Beleza criticou hoje a reforma da saúde que o Governo quer fazer – resultado da portaria que foi publicada na semana passada – por a considerar “feita em Lisboa” e sem qualquer correspondência com a realidade do país. A comitiva socialista que visitou equipamentos de saúde da região do Tâmega e Sousa considera que a portaria, aplicada à letra, corresponderia à perda de valências importantes em muitas unidades hospitalares, nomeadamente nos hospitais de grande dimensão, com cobertura de mais de meio milhão de habitantes. Com exceção de alguns hospitais centrais, em Lisboa, Coimbra e Porto, a maioria dos hospitais do país foram classificados nos grupos I e II e todos eles perderão valências importantes se a portaria for aplicada.
No caso do Tâmega e Sousa e ainda que possua a segunda maternidade do país, em número de partos, não foi considerado manter as valências de obstetrícia/ginecologia/neonatologia (apenas conferível aos hospitais de grupo II), pelo que nada impede que venha a ser desativada até final de 2015, como preconiza a portaria. Álvaro Beleza, citado pela Lusa, não quis pronunciar-se em concreto sobre a hipótese de encerramento da maternidade do Tâmega e Sousa, afirmando que o PS, que exige ser ouvido sobre a nova carta hospitalar, tem uma equipa de peritos a estudar a portaria em pormenor. O responsável socialista pelo setor da saúde, frisou “que não se deve fazer uma portaria com aquela relevância sem ouvir os peritos, o poder local e o PS, que é um partido de Governo" e acrescentou que uma reforma desta envergadura tem de ser “cirúrgica e bem fundamentada”. Penafiel não poderá manter bloco de partos sem obstetrícia e neonatologia Além de pôr em causa o futuro da maternidade, o CHTS (Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, que engloba os hospitais de Penafiel e Amarante) a reclassificação do hospital no grupo I poderá significar a perda de valências, como cirurgia vascular, medicina reconstrutiva e urologia, entre outras de menor dimensão. Com esta carta hospitalar, o grupo II (aqueles que são dotados do conjunto das valências de osbtetrícia/ginecologia/neonatalogia, indispensáveis para assegurar um bloco de partos) ficou reduzido a oito centros hospitalares: Trás-os-Montes e Alto Douro, em Vila Real, Hospital de Braga (o único em regime PPP), Tondela/Viseu, Gaia/Espinho, Garcia de Horta (EPE), em Lisboa, Espirito Santo de Évora, Algarve e Lisboa Oriental. Se a portaria for para cumprir, terão de fechar mais de duas dezenas de maternidades no país, algumas de grande dimensão, com mais de três mil partos. Portaria 82/2014 (em PDF) UA-48111120-1
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Outubro 2016
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