Confrontados com o anúncio da introdução de portagens na A4 entre Vila real e Bragança, os empresários e autarcas da região falam em retrocesso à década de 80. Como a autoestrada foi construída maioritariamente em cima do traçado do IP4, que desapareceu e onde não se pagava portagens, quem quiser circular entre as principais cidades de Trás-os-Montes terá de pagar portagens ou, em alternativa, circular pela “velhinha e sinuosa” Estrada Nacional 15 (EN15).
Para o autarca de Murça, é mais uma "machadada” na região transmontana, acrescentando que o atual Governo “ "só apresenta medidas que isolam cada vez" o território, formado pelos distritos de Vila Real e Bragança. “Os quilómetros [no século XXI] medem-se em tempo e regrediríamos aos anos 80 se tivéssemos que voltar a utilizar a Nacional 15", afirmou José Maria Costa (PS), citado pela Lusa. Também o presidente da da Câmara de Vila Real e líder distrital do PS no distrito, acusa o Governo de se esquecer que não existem alternativas à A4 na região transmontana, que foi construída como prolongamento da autoestrada Porto/Amarante até à fronteira de Quintanilha. "Ou o Interior reage rápido dando um cartão vermelho a este Governo ou qualquer dia o Interior vai-se tornar uma terra de ninguém, porque será impossível investir, criar riqueza e ter qualidade de vida nestas terras porque não haverá empresas, empresários ou empregos e tudo isto se tornará num imenso deserto", enfatizou Rui Silva, em declarações à Lusa. Por seu turno, o presidente da Nervir - Associação Empresarial de Vila Real, Luís Tão, considera que a região está a ser "fustigada de impostos” – portagens, extinção de benefícios fiscais às empresas instaladas no interior – e que isso em nada contribui “para o desenvolvimento e a coesão territorial". UA-48111120-1
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Outubro 2016
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