O festival literário Escritaria, que vai na sétima edição, vai homenagear de 01 a 05 de outubro a obra literária de Lídia Jorge, anunciou esta sexta-feira a autarquia na sua página oficial. O evento, que passa a ter cinco dias e ainda um comissário para a programação, já tinha homenageado, desde 2008, seis escritores da lusofonia: Urbano Tavares Rodrigues, José Saramago, Agustina Bessa-Luís, Mia Couto, António Lobo Antunes e Mário de Carvalho. O presidente da câmara de Penafiel, citado pela Lusa, justificou o alargamento do evento de três para cinco dias para "dar um maior conhecimento à vida e obra" da escritora homenageada. “Lídia Jorge tem mais de 30 anos de escrita e uma vasta obra publicada em mais de 20 línguas, com imensas distinções em Portugal e no estrangeiro”, frisou Antonino Sousa. O autarca penafidelense indicou ainda que o primeiro comissário do Escritaria será Alberto Santos, presidente da Assembleia Municipal e antigo presidente da Câmara, que lançou o projeto em 2008, a meio do seu segundo mandato. Nos cinco dias do evento – entre 01 e 05 de outubro, além das sessões dedicadas às obras da escritora, a cidade de Penafiel mostra um vasto programa cultural, com arte de rua, música e teatro. Antonino Sousa assegura a continuidade do projeto, em que também já participava como vereador, enfatizando que o Escritaria se tornou “uma referência no panorama cultural do país e [uma] ajuda na afirmação de Penafiel como concelho de referência sob ponto de vista cultural". Três décadas de literatura ao mais alto nível Lídia Jorge, natural de Boliqueime, no Algarve, fez 68 anos em junho. Foi professora do ensino secundário e viveu vários anos em África, Angola e Moçambique, na fase final da guerra colonial. Tem 11 romances publicados, o último já este ano: Os Memoráveis. Uma das obras mais conhecidas é A Costa dos Murmúrios (1988), que foi adaptado ao cinema pela realizadora Margarida Cardoso (2004). A sua primeira obra publicada é O Dia dos Prodígios, em 1980. Publicou ainda contos, dois livros infantis, um ensaio e uma peça de teatro. Recebeu 14 prémios literários, alguns de nível internacional. O prémio Jean Monet (2000) será porventura dos mais significativos, mas na sua biblioteca também constam um Prémio D. Dinis, da Fundação Casa de Mateus (1998) e ainda o Correntes d’Escritas (2002), Máxima (1998), dois Cidade de Lisboa (1982, 1984), SPA (Sociedade Portuguesa de Autores, 2007), APE (Associação Portuguesa de Escritores, 2002) e ainda, entre outros, Albatroz-Prémio Internacional de Literatura da Fundação Günter Grass (2006), Premio Speciale Giuseppe Acerbi, Scrittura Femmenile (2007) e Prémio Michel Brisset, da Associação dos Psiquiatras Franceses (2008). Das muitas distinções e condecorações já recebidas, destaque para a atribuída pelo Presidente da República Francesa, Jacques Chirac (2005), com a Ordem das Artes e Letras de França, no grau "Chevalier", a que mais tarde foi acrescentado o grau de "Officier". O Presidente da República, Jorge Sampaio, em 2009, condecorou-a com a Grã Cruz da Ordem do Infante D. Henrique e em 2010 a Universidade do Algarve atribuiu-lhe o doutoramento Honoris Causa. Lídia Jorge tem a quase totalidade da sua obra editada pela Publicações D. Quixote – Romances: O Dia dos Prodígios (1980), O Cais das Merendas (1982), Notícia da Cidade Silvestre (1984), A Costa dos Murmúrios (1988), A Última Dona (1992), O Jardim Sem Limites (1995), O Vale da Paixão (1998), O Vento Assobiando nas Gruas (2002), Combateremos a Sombra (2007), A Noite das Mulheres Cantoras (2011) e Os Memoráveis (2014) | Contos: A Instrumentalina (1992), O Conto do Nadador (1992), Marido e outros Contos (1997), O Belo Adormecido (2004). UA-48111120-1
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