HOSPITAL DO TÂMEGA E SOUSA: Autarcas recebidos sexta-feira pelo secretário de Estado da Saúde7/5/2014
Os autarcas do Tâmega e Sousa vão ser recebidos sexta-feira, 09 de maio, pelo secretário de Estado da Saúde, Manuel Teixeira, a quem vão apresentar a contestação da região pela desclassificação do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) contida na portaria 82/2014, de 10 de abril, o que poderá implicar a perda de cerca de uma dezena de valências. Entre as especialidades que podem ser desactivadas, se cumprida a portaria, está a maternidade (com a extinção da obstetrícia e neonatologia), cirurgia vascular, cirurgia reconstrutiva e ainda a urologia, entre outras, de menor impacto para os utentes. Logo após a publicação da portaria, que está a causar a repulsa de autarcas e entidades um pouco por todo o país, o representante dos autarcas da região do Tâmega e Sousa – Gonçalo Rocha, presidente da CIM – veio acusar a tutela da saúde de “querer tirar valências ao centro hospitalar da região, sediado em Penafiel, para desviar doentes para os hospitais do Porto”.
O autarca enfatiza que perder a maternidade “seria impensável” e também injustificável por tratar-se da “segunda maioria da região norte e a quarta no país”. Ministério referencia CHTS com menos de meio milhão de pessoas Apesar do decréscimo demográfico sentido nos últimos anos, apurou o Mais Norte de fonte oficial, a maternidade do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) realizou 2617 partos em 2012 e 2354 em 2013, acima da média nacional. A principal questão parece estar na reclassificação do CHTS no Grupo I, dos hospitais que assistem até meio milhão de habitantes, ao passo que os autarcas defendem que a referenciação do hospital é superior a esse número – incluindo Paredes, a população abrangida é de 519.469 habitantes. Para contornar esta situação e evitar que a referenciação do CHTS ultrapasse o meio milhão de habitantes, segundo revelou há algumas semanas o semanário Expresso, o Ministério da Saúde terá já decidido referenciar cerca de 20 mil habitantes de Paredes, localizados nas freguesias mais próximas do litoral, num dos hospitais da cidade do Porto. Antes do abandono de Paredes da NUT Tâmega e Sousa para a Área Metropolitana do Porto (AMP) a região registava quase 520 mil habitantes mas a perda dos 86 mil habitantes referentes ao município de Paredes reduziu a população da NUT para 432.915 habitantes, distribuídos pelos atuais 11 municípios. Administração do CHTS acompanha autarcas na audiência Segundo apurou o MaisNorte, além do presidente da CIM, Gonçalo Rocha, que é também o presidente da Câmara Municipal de Castelo de Paiva, na audiência com o secretário de Estado da Saúde Manuel Teixeira – precisamente o membro do Governo que assina a polémica portaria –, deverão estar ainda outros autarcas da região, nomeadamente o presidente de Penafiel, Antonino Sousa, bem como o presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, Carlos Vaz. A audiência com o membro do Ministério da Saúde, em que também deverá participar a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS Norte) terá lugar às 16:00 de sexta-feira, 09 de maio, na Secretaria de Estado da Saúde, em Lisboa, confirmou ao MaisNorte o presidente da CIM do Tâmega e Sousa. Além da urologia, a eventual desativação da maternidade é um dos problemas maiores que a região enfrenta, nomeadamente com a descida acentuada do número de partos realizado anualmente. A região perdeu anualmente cerca de um terço dos partos que tinha nos anos 2002 e 2003. Em concreto, o Tâmega e Sousa perdeu mais de um terço dos partos em apenas uma década e é uma das razões porque a maternidade da região corre o risco de desaparecer a curto prazo. Os números são arrasadores: nos anos de 2002 e 2003, as duas maternidades da região – Padre Américo, em Penafiel e S. Gonçalo, em Amarante – registaram 3780 e 3692 partos, respetivamente. No ano passado, a maternidade do Centro Hospitalar assistiu apenas 2354 nascimentos. Menos 1426 partos que em 2002! Contudo, segundo também apurou o MaisNorte ainda esta semana a curva decrescente do número de partos que se verificou em 2013 parece ter estancado, tendo o primeiro trimestre sido bastante “produtivo”, contrariando a tendência que vinha a registar-se. Por outro lado, o maior risco da maternidade instalada em Penafiel parece vir do novo Centro Materno-Infantil do Porto (CMIN) que passa a ter uma maternidade com capacidade para 4500 partos por ano e que foi inaugurado ontem. A nova unidade está englobada no Centro Hospitalar do Porto, que inclui o hospital de Santo António. ---- [Atualizado às 14:20, de 07.05.2014] UA-48111120-1
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