ARS Norte tenta pôr 'água na fervura' sobre a portaria da reorganização hospitalar

A exemplo do secretário de Estado da Saúde, Manuel Teixeira, na sexta-feira à tarde, também a Administração Regional de Saúde (ARS) Norte colocou no seu portal um esclarecimento sobre a polémica portaria da reorganização hospitalar, tentando colocar alguma “água na fervura”.

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Diz a ARSN que a portaria que classifica os hospitais e lhes retira algumas valências médicas em função da sua classificação não vai ter um “impacto direto, nem imediato” nas unidades da região Norte". 
A portaria 82/14, publicada quinta-feira em Diário da República, classifica os hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e os que trabalham em regime PPP, em grupos de I a IV, de acordo com a cobertura populacional de cada um e as valências exercidas. 

C.H do Alto Ave pode ficar sem obstetrícia/maternidade

No norte do país, apenas os centros hospitalares de São João e do Porto (que inclui o Santo António) não sofrem alterações.
Vários outros, mesmos os de dimensão elevada e de grande cobertura populacional como é o caso de Gaia/Espinho têm desclassificação de algumas valências. Segundo o documento, Gaia/Espinho perde cirurgia cardiotorácica e cirurgia pediátrica, o que motivou já reações dos autarcas de Gaia e Espinho.
Alto Minho, Tâmega e Sousa e Alto Ave – não são conhecidas ainda reações de Vila Real/Chaves/Lamego e do Nordeste/Bragança – perdem diversas valências, segundo a portaria, embora a reorganização anunciada seja para desenvolver até ao final de 2015.
Há casos em que as perdas são notórias, como o hospital do Alto Ave (Guimarães), onde a reforma atinge, por exemplo, a obstetrícia, o que significa o encerramento da maternidade, além das valências de Neonatologia (incluindo a Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, Imunoalergologia, Dermatologia, Urologia e Cirurgia Vascular.
Apesar da desvalorização que o presidente do CA do C.H. do Alto Ave faz da portaria – o C.A. de Gaia/Espinho teve posição inversa e já deu conta das suas preocupações – é um facto que esta reorganização publicada no DR só pode ser para cumprir, ainda que sujeita a aperfeiçoamentos e correções. 
Se assim não for, a política do ministério tutelado por Paulo Macedo entrará em completo descrédito…