As grandes barragens no norte do país sofreram novas derrapagens nos prazos, com destaque para Fridão, no rio Tãmega, perto de Amarante, que é adiada mais quatro anos. Também as barragens do Alto Tâmega sofreram adiamentos, alegadamente devido a falta de financiamento da Iberdrola, a concessionária dos empreendimentos. Apesar de não se tratar de uma suspensão definitiva, cresce a expectativa em Amarante de que a barragem não será construída, sobretudo por razões de sustentabilidade económica. Segundo o calendário de investimentos da rede eléctrica nacional, divulgado pela ERSE (Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos), que o colocou em consulta pública, a entrada em operação dos empreendimentos de Fridão, da responsabilidade da EDP, e do Alto Tâmega foi adiada de 2018 para 2022.
Recorde-se que a própria EDP já tinha levantado algumas dúvidas no passado relativamente à sustentabilidade financeira de um empreendimento que sempre foi contestado, quer por ambientalistas quer por economistas. Uma das questões que se tem colocado é se o país precisa destes investimentos, estando hoje mais que provado que o governo de Sócrates de então apenas concessionou estas barragens em todo o país para obter receitas extraordinárias para baixar o défice. Por outro lado, ao ter sido reduzida a garantia de potência às eléctricas – que têm assegurada uma remuneração fixa, independentemente do consumo – colocou dificuldades ao próprio financiamento dos empreendimentos. O adiamento, ainda que provisório, não deixa de ser um alívio para a população de Amarante que há anos luta contra a construção daquela mega-barragem, a escassos seis quilómetros da cidade. Estas barragens – além de Fridão (cerca de 170 milhões), são adiados o Alto Tâmega e Alvito, num investimento global que ultrapassava os 700 milhões de euros –, representam 40 por cento do Plano Nacional de Barragens de Sócrates apresentado em 2007. Consequência direta do adiamento, os preços da energia deverão sofrer um agravamento de 1,5 por cento em 2018 devido à inexistência das redes de transporte programadas para essa altura e que também serão adiadas, segundo a proposta da ERSE. UA-48111120-1
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Outubro 2016
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