Faz 35 anos que a Agrival, a maior feira agrícola do norte do país abriu portas. Volvidas três décadas e meia, a feira mantém não só a sua matriz agrícola, mas também a de mostrar o que de melhor se faz na terra, quer ao nível empresarial, artesanal e cultural. Prova disso são os expositores que, ano após ano, marcam presença no evento, mostrando os seus produtos, mas também as dezenas de espetáculos de música ou folclore que vão acontecendo entre os dois palcos existentes na feira. O certame abre as portas esta sexta-feira, 22 e prolonga-se até ao último dia de agosto. De 22 a 31 de agosto, o Pavilhão de Feiras e Exposições de Penafiel vai ser palco da 35ª edição da Agrival, Feira Agrícola do Vale do Sousa, um dos maiores certames da região Norte dedicado à agricultura. Ao longo de 10 dias, os milhares de visitantes que são esperados no evento, terão a possibilidade de tomar contacto com as tradições e culturas da região do Vale do Sousa num espaço que reúne ainda uma vasta gama de ofertas empresarias e que conta também com a presença de produtores agrícolas e artesãos da região. O setor primário é o que dá nome à feira e durante a realização da mesma, são várias as iniciativas a este dedicadas, entre as quais a Feira da Cebola, que decorre no dia de S. Bartolomeu, ou os concursos de Melão Casca de Carvalho e da broa. Apresentando-se como uma montra privilegiada para os empresários e produtores, a Agrival conta anualmente com a presença de cerca de três centenas de expositores e é já uma feira com uma longa tradição em Penafiel e na região, mexendo com a economia, mostrando as potencialidades da região e revelando-se de extrema importância para as micro e pequenas empresas que aqui vêm expor os seus produtos. Por todos estes fatores, muitos são os expositores que marcam presença no evento, ano após ano, alguns dos quais desde a sua primeira edição, uns mais satisfeitos do que outros com os resultados obtidos na feira, mas todos com o propósito de dizer presente num dos maiores eventos que acontecem na cidade de Penafiel. Cooperativa Agrícola de Penafiel está na feira desde o primeiro momento A Cooperativa Agrícola de Penafiel é um desses expositores que participa no certame desde a sua primeira edição, tendo sido inclusive, um dos envolvidos na sua criação. “Estamos lá desde o primeiro momento”, referiu Manuel Neves da Silva, presidente da direção da Cooperativa Agrícola de Penafiel, acrescentando que este interesse da Cooperativa em se associar ao evento tem a ver com o facto deste ser “o maior evento dedicado à agricultura da região”, que para além de ajudar na divulgação dos produtores e dos produtos, ajuda também a outros níveis, nomeadamente o informativo, através da realização de colóquios ou de palestras. “Além dos produtores poderem mostrar os seus produtos, podem também tomar contacto com as novidades do setor, ou as ajudas que estão disponíveis, nomeadamente ao nível dos apoios comunitários”, declarou. Para este responsável, este evento torna-se também importante para os jovens que querem dar os primeiros passos no setor primário, pela quantidade de informação que disponibiliza nas palestras e colóquios e das experiências e conhecimento. “A Feira de S. Bartolomeu é uma verdadeira referência para os produtores jovens, mas também para os mais velhos”, frisou, destacando ainda o convívio entre produtores que esta permite. “Há uma partilha muito grande entre os produtores. Uma troca de experiências, de conhecimento, que não se consegue em nenhum outro evento agrícola aqui na região”, rematou. Maria Borges vende artesanato, uma vertente importante na feira Outra das vertentes marcantes da Agrival é o artesanato. Artesãos de Penafiel e da região do Vale do Sousa aproveitam esta oportunidade para mostrarem os seus produtos e procurarem fazer negócio. Maria Borges tem 70 anos é uma das artesãs que marca presença no certame. Esta penafidelense das Termas de S. Vicente está na feira há 22 anos a mostrar os trabalhos de linho e tiras que faz. Desde tapetes e toalhas, passando por cobertas e panos de cozinha ou de quarto, Maria Borges tem uma vasta gama de produtos e já ganhou fama na arte que realiza desde os 12 anos. “Há pessoas que vêm à feira e que me procuram todos os anos para comprar as minhas coisas”, afirmou, orgulhosa dos seus trabalhos e destacando a possibilidade que o evento lhe dá para mostrar os seus produtos e realizar negócios após a feira, já que “agora não se vende tanto como antigamente e, financeiramente, já não compensa tanto”, mas “dá para fazer contactos e depois as pessoas procuram-me na minha casa, para me fazerem encomendas durante o resto do ano”. Além das oportunidades de negócio que a feira lhe traz, Maria Borges continua a fazer questão de expor na Agrival também por uma vertente de convívio. “Fazemos amigos na feira e alguns só encontramos uma vez por ano, nessa altura. A Agrival é uma oportunidade de convívio e de aprendermos uns com os outros”, rematou. Casa Jericó mantém-se no certame desde o primeiro dia por “ser um evento da terra” Adão Borges é dono da Casa Jericó, empresa da freguesia penafidelense de Castelões, que se dedica à venda de máquinas agrícolas e que marca presença na Agrival desde o seu primeiro ano, mas confessa que agora não é como antigamente e que, financeiramente, o evento já não compensa para a sua empresa. “Mantenho-me no evento porque sou de Penafiel e somos nós, os da terra, que temos que estar presentes”. Para este responsável, foi a matriz agrícola da feira, diretamente ligada à sua área de atividade que o fez participar na primeira edição do certame. Contudo, afirma que ao longo dos anos essa matriz se foi perdendo quando a feira começou a incorporar outras áreas de negócio, mas que foi retomada nos últimos anos. Segundo Adão Borges, também a importância que deram no início às empresas da sua área foi-se perdendo. “Prejudicaram-nos muito quando nos mudaram de lugar para colocar no nosso sítio os automóveis”, reclamou, acrescentando que agora estão numa zona de pouca passagem e junto dos animais “onde o cheiro não é nada agradável e afasta as pessoas”. Apesar da insatisfação, o proprietário da Casa Jericó mantém-se na feira e este ano faz a sua 35ª participação no evento. “É uma feira bem vista, reconhecida por expor muito e numa época muito boa, no verão, uma altura em que andam muitos emigrantes por Penafiel e pela região”, rematou. UA-48111120-1
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Outubro 2016
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