Universidade de Trás-os-Montes comemora 40 anos

A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) arranca a 02 de março com as comemorações do 40º. aniversário da criação do ensino universitário na região transmontana, anunciou o reitor da instituição, Fontaínhas Fernandes.

Há precisamente quatro décadas e poucos dias antes do 25 de abril, ocorreu a tomada de posse da primeira comissão instaladora do Instituto Politécnico de Vila Real, que veio dar origem à atual Universidade. O decreto do Estado Novo tinha sido publicado ainda em 1973.

---

Citado pela Lusa, o reitor Fontaínhas Fernandes (foto) afirma que o programa pretende assinalar o "conjunto de revoluções" que decorreram em 1974."Não foi só o 25 de abril [a ocorrer naquele ano], a revolução política, mas também a revolução que a criação do ensino superior provocou no Interior Norte", enfatizou. Na entrevista, o reitor relata as vicissitudes que ocorreram no período revolucionário – e que chegou a envolver membros do Conselho da Revolução – e as dificuldades para levar por diante a concretização do politécnico.

As aulas começaram apenas em dezembro de 1975, razão invocada pelo reitor para prolongar o programa comemorativo até dezembro do próximo ano.

O instituto começou com 40 alunos que tiveram a primeira aula no salão dos bombeiros da Cruz Verde, três cursos de bacharelato em três áreas: produção agrícola, florestal e animal.

A primeira aula foi dada por José Manuel Gaspar Torres Pereira, um ex-reitor falecido em junho de 2004 e que geriu a instituição entre 1990 e 2002.

Entretanto, em quatro décadas a academia transmontana cresceu e hoje estudam na UTAD cerca de sete mil alunos, distribuídos por mais de uma centena de cursos. A academia confere diplomas de 1º ciclo, mestrados e doutoramentos.

Do programa de comemorações, consta um fórum sobre o 25 de Abril e um ciclo de cinema sob o tema "Revoluções”, bem como um encontro de antigos alunos da academia, em maio. No programa "UTAD 40" está ainda previsto um colóquio sobre os 40 anos de vida literária do escritor transmontano Pires Cabral [escritor multipremiado e colaborador de imprensa, nomeadamente no “Repórter do Marão” ao longo de mais de duas décadas] e uma exposição de fotografia, a organizar conjuntamente com o Museu do Som e da Imagem.