Um pouco por todo o mundo, atletas de canoagem estão a encomendar um número crescente dos barcos de fibra de carbono da marca portuguesa Connect, um produto que nasceu da imaginação de Gonçalo Mota e do seu desejo de fornecer um produto de elevada qualidade a um grupo de clientes exigentes, num mercado caraterizado pela competição com grandes marcas bem estabelecidas.
Mesmo antes de sair da faculdade com o canudo de engenheiro mecânico debaixo do braço, Gonçalo Mota, 27 anos de idade e antigo canoísta de competição, natural de Amarante, já trabalhava como assessor de uma grande marca nacional e onde acabou por trabalhar, durante um ano, antes de lançar a sua própria empreitada. “Fui convidado para, basicamente, gerir todo o processo de fabricação e marketing de canoas e kayaks. Um ano antes de acabar o curso, fui para a empresa para aprender como funcionava todo o processo e acabei por ser contratado, assim que saí da faculdade. O primeiro ano foi muito complicado, muitos dos trabalhadores não aceitaram a minha forma de trabalhar porque, entre outras coisas, eu enviava muitos barcos para trás, depois de os inspecionar”, explica o jovem empreendedor. " Alemanha, Espanha e França são os principais mercados da Connect " A falta de rigor e de qualidade, que custava, na sua ótica, dinheiro à empresa – os descontos para compensar os clientes eram constantes – e mesmo apesar de ter conseguido um aumento das vendas, Gonçalo Mota diz que ficou “cansado por dar a cara” a produtos que lhe custavam dinheiro e decidiu avançar com a sua própria marca. A empresa, que nasceu em maio de 2013 com capitais próprios e um empréstimo bancário, está atualmente sediada no Parques EDT, na zona industrial de Amarante e produz entre oito a dez canoas por mês, comercializados a preços que variam entre os 650 e os 7000 euros, dependendo da modalidade a que são destinados. Praticamente todo o processo de fabricação é manual e conta com o feedback e orientação dos clientes, muitos deles oriundos de Singapura, Dinamarca, Alemanha, Espanha e mesmo Portugal, entre outros países. E a primeira venda? “Foi precisamente aqui, para Amarante. Uma canoa de slalom para o Ricardo Brandão, um amigo de há muitos anos, que me pediu um barco. Depois vendi outro para Espanha e pouco depois veio uma encomenda para outro, igual. E assim começou”, explica, adiantando que a maioria dos atletas de Amarante, hoje, são praticamente utilizadores exclusivos da sua marca. Apesar de não ter acesso a mão-de-obra especializada, a decisão de instalar a empresa longe das zonas mais industrializadas foi realizada à custa de um pouco de bairrismo e “pela atitude certa” que veio encontrar na direção do parque industrial desta cidade. Falta mão-de-obra qualificada
em Amarante “Estes são produtos de alta tecnologia mas feitos à mão e para isso preciso de mão-de-obra qualificada, o que em Amarante é um problema. Mesmo assim, decidi instalar aqui a empresa porque, acima de tudo, é a minha terra mas foi a atitude da direção da Parques EDT que acabou por ser decisivo. Depois de lhes apresentar a ideia, a única questão que me colocaram foi perguntar-me quando queria começar”, explica. Para colmatar a falta de trabalhadores especializados, Gonçalo Mota arranjou forma de se desdobrar em toda a linha de produção e na gestão da empresa, da única maneira que sabe: “Desde os finais de 2012 que trabalho todos os dias, até à meia-noite. Isso inclui fins de semana, Natal, passagem de ano, etc. Estou um bocado cansado”, diz, mas adianta que trouxe o seu irmão a bordo, Diogo, outro antigo atleta de canoagem e engenheiro eletrotécnico, que quer que seja o seu “braço direito”. Alta competição assegura encomendas Alemanha, Espanha e França são a sua grande aposta no momento, pois há grande poder de compra e a possibilidade de realizar vendas diretas. Gonçalo Mota quer estar presente mais tempo nesses países, em contacto com clientes e a patrocinar atletas. Apesar do sucesso que teve em menos de um ano, assinala que pretende aumentar a quota de produção no próximo ano para cerca de 16 canoas por mês mas sem deixar de fora a questão da qualidade. “Nós já percebemos que, com a nossa qualidade, não é difícil gerar encomendas. Eu quero ter a melhor relação preço/qualidade e o acabamento perfeito, porque é o que a minha experiência me diz, sobre este mercado, em particular, de alta competição”, conclui. UA-48111120-1
José manuel
9/4/2015 05:26:39 am
interesado comprar c1connect
silvestre
1/12/2015 07:18:26 pm
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