Apelos à união de forças para salvar a Região Norte e ao combate contra a polarização do desenvolvimento do país marcaram a mensagem de Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara de Gaia, nas comemorações do Dia do Município e dos 30 anos da elevação de Vila Nova de Gaia a Cidade, onde foram homenageadas 23 personalidades com medalhas honoríficas. "Nós precisamos de juntar forças para salvar a região. Julgo que estas personalidades que hoje foram homenageadas representam muito do que é a massa crítica da região e o esforço que a região está a fazer para se salvar", afirmou Eduardo Vítor Rodrigues, insurgindo-se contra o "poder centralista que está a castrar a capacidade de desenvolvimento da região" e reivindicando o "epicentro do conceito spillover" para a Área Metropolitana do Porto. A recomendação para a inversão do modelo de desenvolvimento a partir de Lisboa foi claramente justificada pelo autarca, que exemplificou com o "mau tratamento" pelo Governo de algumas instituições do Norte. É o caso do Centro Hospitalar de Gaia, que "tem vindo a perder força política, resultante de um conjunto de instrumentos normativos a que chamam portaria e de um conjunto de decisões erradas que visam fragilizar a região Norte e os seus serviços públicos de saúde", assinalou. Presidente da Câmara pergunta se não há 300 milhões para um hospital em Gaia A propósito, avisou: "Não posso aceitar que não haja 300 milhões de euros para o Hospital de Gaia, mas haja mil milhões para mais um em Lisboa. O que está a acontecer é a polarização dos níveis de desenvolvimento do país". A proposta do Governo para que sejam os municípios a custear as despesas do alargamento do Metro do Porto, enquanto o de Lisboa será alargado graças a uma candidatura aos fundos do Quadro Comunitário de Apoio, ou a assunção do TVG para Sines, com ligação de Lisboa a Madrid, enquanto para o Norte seria um "luxo" foram outros exemplos de discriminação contestados pelo presidente da Câmara de Gaia. As críticas de Eduardo Vítor Rodrigues voltaram a tocar a questão do Fundo de Apoio Municipal que, na sua opinião, "é uma maleita que o Governo quer impingir-nos, mas da qual vamos conseguir livrarmo-nos". Ou seja, o Município está a trabalhar em projetos e candidaturas ao próximo Quadro Comunitário de Apoio, com base numa estratégia de reorganização dos serviços e da dívida, da revisão de taxas e tarifas em contra-ciclo, da recuperação de todas as obras paradas por falta de pagamento ou por conflito judicial, com exceção do mercado da Afurada, da reestruturação das empresas municipais, da criação de um novo modelo da escola a tempo inteiro, entre outras ações de estabilização e equilíbrio. A promoção de Gaia, da região e do país fundamentou, também, a intervenção de Albino Almeida, presidente da Assembleia Municipal de Gaia, que enalteceu os percursos, êxitos e exemplos das personalidades homenageadas pelo Município, a quem reconheceu "inspiração às gerações futuras". Elisa Ferreira, deputada do Parlamento Europeu, Horácio Costa, fundador e diretor do Serviço de Cirurgia Plástica Reconstrutiva Craniomaxilofacial do Centro Hospitalar de Gaia, Lourenço Pinto, presidente da Associação de Futebol do Porto, e César Oliveira, ex-presidente da Assembleia Municipal de Gaia, foram porta-vozes do sentimento comum dos homenageados, numa lógica representativa de todas as áreas contempladas. "Com esta homenagem coletiva, a Câmara de Gaia está a dar um sinal de que sabe para onde quer ir. Há uma ideia de unir, de selecionar o que se mantém para além do efémero, de dizer que todos seremos recordados pelo que fizemos e que marcou a melhoria da vida das pessoas", afirmou Elisa Ferreira, acrescentando: "Há um destino comum para o qual estamos todos convocados: é uma mensagem essencial para gaia, para o país e para o Norte". Horácio Costa considerou que a homenagem do Município de Gaia "demonstra uma clareza de espírito e honestidade relativamente à vinda da universidade para a comunidade, uma vez que o desígnio do Centro Hospitalar de Gaia é vir a ser um hospital universitário com capacidade de tratamento da sua população que cobre cerca de 700 mil habitantes". Por seu turno, Lourenço Pinto aproveitou para tecer fortes elogios a Eduardo Vítor Rodrigues: "É um homem que considero, pelo que tenho visto ao longo de muitos anos, o maior humanista de todos aqueles que presidem a câmaras municipais portuguesas". Parafraseando o Padre António Vieira, o dirigente desportivo dirigiu-se aos restantes homenageados e sublinhou: "Quem fez o que devia, devia o que fez". "Esta homenagem enobrece os homenageados, mas também quem homenageia", considerou César Oliveira, após uma retrospetiva da sua dedicação à autarquia e ao movimento associativo de Gaia. Dirigindo-se às personalidades distinguidas, disse: "Ficam credores desta nobreza de dádiva e de reconhecimento". No Dia do Município foram distinguidas as seguintes personalidades e instituições:
Gab. Imprensa/CM VNG
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