[Projeto GREEN SAVERS - Publicado em Sapo.pt] “Em todo o lado, os refrigerantes e fast food são empurrados para os pais e crianças por uma indústria cínica, focada nos lucros e não na saúde”, continuou Capewell. Como resposta, a indústria do açúcar diz que está a ser “demonizada” de forma injusta, argumentando que a falta de exercício físico é responsável pelas cada vez maiores taxas de obesidade.
Ainda assim, há cada vez mais estudos e investigações científicas que ligam o açúcar à obesidade. E alguns Governos, como o mexicano, estão a acordar para os gastos no tratamento de diabetes, cancro ou outras doenças ligadas ao consumo excessivo de açúcar. “O custo total do combate à obesidade e diabetes é de €360 mil milhões (R$1,1 biliões), cerca de 10% do total gasto em saúde no mundo”, explicou Stefano Natella, do Credit Suisse. A indústria reage Quando Michael Bloomberg tentou proibir os copos gigantes de refrigerantes em Nova Iorque, em 2012, a indústria levou-o a tribunal e ganhou. Agora, vários estados norte-americanos, como a California e o Illinois, propuseram taxas para os refrigerantes. Atacada por diversos lados, a indústria dos refrigerantes, doces e snacks está a reduzir há mais de 10 anos o nível de açúcar nos seus produtos. A Nestlé reduziu o acçúcar nos seus produtos em 30% de 2001 a 2011, e a Coca-Cola procura na inovação – substituir o açúcar por stevia – para o alcançar. Segundo o cardiologista Graham MacGregor, do Wolfson Institute of Preventive Medicine, de Londres, estas iniciativas não são suficientes. “Todas as empresas podem fazer algo diferente para com as suas promessas de [reduzir] as calorias, por isso é impossível medir e acaba por não ter nenhum efeito”, explicou o responsável. “O açúcar acrescentado à comida e bebida não tem valor nutricional, ou tem pouco, e contribui para o aumento das calorias”, continuou o médico. Em Inglaterra, a directora-geral de saúde já avisou os legisladores que são necessárias novas medidas para garantir que as pessoas percebem o quão calóricos são os refrigerantes, bebidas de fruta ou colas. E deixou aberta a possibilidade de ume taxa para os refrigerantes. “Temos uma geração de crianças que, porque são obesas e não fazem actividades físicas, não viverão tanto como as da minha geração. Será a primeira geração a viver menos”, explicou ao FT. E em Portugal, poderemos ter uma taxa para refrigerantes ou bebidas com açúcar? Foto: Joelk75 / Creative Commons UA-48111120-1
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