A Plataforma Salvar o Tua (PST), pela voz do seu Coordenador Técnico, João Joanaz de Melo, acusa a EDP de vários incumprimentos na construção da barragem, nomeadamente o denominado “plano de imobilidade”. Além disso, enfatiza a associação, a barragem tem apenas construído cerca de 2% do seu volume total, pelo que pode ser parada a qualquer momento. Segundo Joanaz de Melo, “o que é importante na posição dos viticultores [do Douro] é que ela foi tomada, e reuniu um número elevado de produtores representando marcas importantes”, não considerando que a posição já vem tarde. “Muitos destes produtores já se tinha manifestado antes contra a barragem de Foz Tua, em público ou em privado, alguns por ocasião da aprovação da barragem em 2009, outros quando da missão da UNESCO em 2012. Simplesmente, como não tinham à sua disposição a máquina de propaganda da EDP e do Governo, nem um movimento organizado, as suas posições foram ignoradas.” O coordenador da Plataforma Salvar o Tua, em declarações ao MaisNorte.pt, aflorou um conjunto de argumentos a favor da paragem imediata das obras (na imagem, o circulo amarelo mostra a obra feita até ao fim de junho e a vermelho o total do paredão):
“É completamente errado dizer que a barragem é um dado adquirido, por vários motivos: - É um projecto inútil, danoso e caro, cuja aprovação foi baseada em argumentos FALSOS e que nunca devia ter sido aprovado; - Existem vários processos pendentes em tribunal, na Inspecção do Ambiente, na UNESCO e na Comissão Europeia, e qualquer deles pode fazer parar a barragem; - Existe neste momento um verdadeiro movimento de opinião contra a barragem de Foz Tua, envolvendo não apenas moradores e associações locais, ONG de ambiente e vitivinicultores, mas também clubes de canoagem, empresas turísticas e um enorme leque de figuras públicas da academia, cultura, artes, política e empresas; - A EDP não cumpriu nem vai cumprir várias das condições a que está obrigada, com destaque para o fantasioso "plano de imobilidade".Isto põe completamente em causa a legitimidade da obra e do contrato de concessão; - Todas as opções apresentadas pela EDP para a linha de alta tensão são ilegais, desrespeitando frontalmente as exigências da avaliação de impactes e/ou as exigências da UNESCO. Mesmo que o Governo decida aprovar alguma delas, essa decisão será imediatamente contestada com argumentos muito fortes, nos tribunais, na UNESCO e na UE; Continuar a barragem vai agravar a pobreza no vale do Tua - Na verdade, a barragem ainda está num estágio inicial de construção. Ver foto anexa, registada há cerca de um mês: estão semi-construídos uns 15 m, de uma altura total do paredão de 108 m, e apenas 2% do volume. É feio, como qualquer estaleiro de obra, mas os impactes até à data são insignificantes, comparado com o que está para vir. O que está aqui em causa portanto é perceber os argumentos dos viticultores e do vasto movimento de opinião "Salvar o Tua, Proteger o Douro". Como é já evidente pelas promessas incumpridas da EDP e do Governo, a continuação da barragem implicará o agravamento da pobreza, abandono e despovoamento do vale do Tua, com a destruição dos valores que dão unicidade -- e portanto atractividade -- a esta (ainda) bela região. A suspensão da barragem é não só possível, como é a única esperança de progresso para o Vale do Tua e uma peça importante de qualquer estratégia inteligente para o Alto Douro Vinhateiro.” UA-48111120-1
Comments are closed.
|
Categorias
Tudo
Arquivo
Outubro 2016
COLUMN WITH BACKGROUND COLOR |