‘‘ANMP não defende interesses de pequenos municípios do interior’’, acusa o presidente de Cinfães19/8/2014
O presidente da Câmara Municipal de Cinfães defende que os autarcas do interior do país devem reunir-se para iniciar a discussão de um plano estratégico do qual deve resultar um pacote de medidas a serem apresentadas ao governo que resultar das legislativas de 2015 e lançou um desafio às Comunidades Intermunicipais, autarcas e instituições para que assumam o papel de interlocutores em defesa dos interesses do interior. Em entrevista, Armando Mourisco (PS) disse que a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) não tem defendido os interesses do interior porque é “dominada pelo poder das grandes cidades do litoral” e assumiu que é preferível criar um novo organismo que melhor represente as suas necessidades. “Por isso acredito que não deveria ser a ANMP a ter esse papel porque não tem defendido os interesses destes municípios. O que acho importante é que, em vez de estarmos a apresentar medidas soltas, nos reunamos, com uma agenda, para discutir um pacote de medidas particulares para o interior do país”, sublinhou. Entrevistado por PAULO A. TEIXEIRA paulo.teixeira@maisnorte.pt Três empresários de Amarante vão lançar, ainda este verão, uma plataforma interativa de promoção e reservas online com o intuito de fomentar e dinamizar a atividade de dezenas de pequenas empresas da região do Tâmega, Sousa e Douro Sul que se dedicam, acima de tudo, à promoção de eventos ao ar livre. O Living Douro (livingdouro.com) vai funcionar na base de parcerias que a empresa, sediada na incubadora do Instituto Empresarial do Tâmega, já está a realizar um pouco por toda a região e vai permitir, acreditam os seus promotores, “um aumento da capacidade de comercialização e promoção das empresas e produtos da região”, nomeadamente das áreas do turismo rural, desportos de natureza, gastronomia, vinicultura e passeios todo-o-terreno, entre outros. “Este portal justifica-se porque temos notado, recentemente, o advento de muitas novas empresas, e o retomar de algumas mais antigas, que oferecem serviços de grande qualidade mas que pela sua pequena estrutura, têm dificuldades em atrair clientes”, explicou Oriol Juvé, um dos três sócios da empresa e atual diretor do hotel da Casa da Calçada, em Amarante. • 200 NOVOS POSTOS DE TRABALHO DEVERÃO SER CRIADOS NO CONCELHO EM 2015 Cinfães é um dos concelhos do interior que está a beneficiar da expansão das fábricas de calçado que, nesta fase do negócio – exportações em alta – optam por criar pequenas unidades de produção em zonas onde há mão de obra disponível, investimento que fica por vezes mais económico do que recrutar fora e transportar os trabalhadores. É o caso do Grupo Carité, de Felgueiras, um dos maiores produtores de calçado da região, sobretudo com produções para o segmento médio-alto, que anunciou a abertura em breve de uma fábrica em Cinfães que poderá criar até 40 postos de trabalho. Mas há outros investimentos previstos para este concelho da margem sul do Douro e do Distrito de Viseu que, contudo, faz toda a sua vida económica com a parte norte, o Distrito do Porto. “Temos também uma empresa de calçado local e outra, nova, ambas à procura de colaboradores e contamos com o interesse de investimentos nas mais diversas áreas. Em menos de seis meses, já vendemos oito lotes na zona industrial. Começa a notar-se um aumento na confiança”, disse o autarca de Cinfães, Armando Mourisco, que concedeu uma entrevista à edição de agosto da revista Mais Norte, a distribuir esta semana. Com este e outros investimentos previstos, estima-se que até final de 2015 sejam criados em Cinfães 200 novos postos de trabalho. A construtora Teixeira Duarte anunciou esta terça-feira que lhe foi adjudicada a empreitada de conclusão do Túnel do Marão (no troço da autoestrada A4, entre Amarante e Vila Real), pelo montante de 88 milhões de euros, anuncia a empresa em comunicado. A adjudicação foi comunicada pela Estradas de Portugal e refere-se a um consórcio de duas das suas subsidiárias "TEIXEIRA DUARTE – Engenharia e Construções, S.A." e “E.P.O.S. – Empresa Portuguesa de Obras Subterrâneas, S.A.”. “O valor do contrato é de 88.099.873,47 euros e a data limite para a execução dos trabalhos é de 518 dias”, refere a informação da Teixeira Duarte, que para cumprir o prazo estabelecido tem de iniciar as obras ainda no mês de agosto. Os 518 dias é o tempo que medeia entre 01 de agosto e 31 de dezembro de 2015, data limite para que a Estradas de Portugal possa aceder aos fundos comunitários do quadro comunitário cessante, o QREN. O ministro-adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro, confirma a afetação de 200 milhões de euros a estradas da verba conseguida pelo Governo Português nas negociações com Bruxelas. E os critérios que defende para a sua utilização encaixam-se nas condições da estrada que na região do Tâmega e Sousa tem a prioridade máxima – a variante à EN106, entre Penafiel e Entre-os-Rios. Quer pela saturação que apresenta, por atravessar núcleos urbanos praticamente contínuos e também devido à elevada sinistralidade que regista nos últimos anos.
“Portugal vai ter 200 milhões de euros comunitários para gastar em estradas, mas o dinheiro só poderá ser aplicado nas ilhas ou em vias que promovam a competitividade”, disse o ministro-adjunto e do Desenvolvimento Regional numa entrevista à Lusa. Estas condições, que Bruxelas impôs para libertar as verbas que o Governo português pretende aplicar em infraestruturas rodoviárias no âmbito do próximo ciclo de apoios comunitários, tecnicamente catalogada por “last mile” [a última milha], aplicam-se “como uma luva” à estrada que o Governo há muito promete construir nesta região do interior do Distrito do Porto: competitividade [áreas industriais de extração de granito], plataformas logísticas e portos [a grande parte do granito exportado sai pelo porto de Leixões]. Portugal conseguiu assegurar em Bruxelas cerca de 200 milhões de euros para projetos de pequenos troços rodoviários no acordo de parceria com a Comissão Europeia, que define as regras de utilização dos fundos comunitários até 2020 e que atingem o total de 21 mil milhões de euros.
Apesar de não se conhecerem muitos pormenores, nem que estradas o Governo vai construir, foram removidos alguns obstáculos que Bruxelas colocava à utilização de uma pequena parcela do financiamento comunitário 2014-2020 na construção de pequenos troços de ligação a áreas de acolhimento industrial ou que finalizem vias estruturantes – a chamada “last mile” [a última milha]. |
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